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China pisa 2022 "retocada de vermelho" e com previsões de crescimento económico abaixo de 2021

Xi Jinping: mais do que um nome de um líder, é sinónimo de uma nova restruturação económica, impulsionada pelo seu terceiro mandato, assegurado para começar já no próximo ano.

O presidente chinês, Xi Jinping, conseguiu controlar o vírus e retomar a atividade económica no final de fevereiro.
Noel Celis/Reuters
02 de Dezembro de 2021 às 16:34
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Pequim será aconselhada pelos especialistas que acompanham a gestão macroeconómica do governo chinês a reduzir a meta de crescimento do PIB para 2022, de forma a ampliar a margem de manobra para "várias reformas estruturais", adiantaram três conselheiros do Estado chinês, contactados pela Reuters.

As três fontes indicaram à agência britânica que, nas recomendações que irão apresentar à administração de Xi Jinping, apontam para um crescimento económico entre os 5% e os 5,5%, bem abaixo dos 6% estabelecidos para 2021 e dos 8% apontados no início deste ano, por alguns analistas da Bloomberg Intelligence.

"Idealmente, devemos ter um crescimento de 5-5,5% ou cerca de 5,5% no próximo ano", disse um dos conselheiros.

"É necessário manter a estabilidade económica no próximo ano, à medida que revelamos uma nova liderança, e precisamos de algumas políticas contracíclicas para lidar com as pressões económicas", explicou outra fonte.

Os conselheiros apresentam propostas políticas ao governo, mas não fazem parte do processo final de tomada de decisão. A agência não conseguiu apurar quando é que estas metas poderão ser apresentadas.

Uma pesquisa realizada pela Bloomberg em outubro revelou que os economistas esperam que a economia chinesa abrande para 5,5% em 2022, mas desde então alguns especialistas chegaram mesmo "a reduzir ainda mais esta meta com a deterioração do setor imobiliário, com a queda do gigante Evergrande", escreve a agência norte-americana.

A nova variante da covid-19, ómicron só veio agravar a situação.

Em outubro, Liu Yuanchun, vice-presidente da Universidade Renmin, revelou que a China deve atingir um crescimento de cerca de 5,5% no próximo ano para ajudar a criar 12 milhões de novos empregos nas grandes cidades.

A economia, que apresentou uma recuperação impressionante depois de uma queda avassaladora provocada pela pandemia, perdeu força nos últimos meses à medida que lida com a desaceleração da indústria, a dívida maciça do mercado imobiliário e a aparição de novos casos de coronavírus.

"Esperamos que a postura da política macroeconómica facilite a resposta a este abrandamento", disse Louis Kuijs, da Oxford Economics, numa nota enviada ao South China Morning Post.

"Os decisores políticos continuam interessados em conter riscos financeiros e alavancagem, e tornaram-se mais tolerantes à redução do crescimento. No entanto, na nossa opinião, Pequim ainda se preocupa profundamente com o crescimento e quer evitar um abrandamento acentuado", acrescenta o analista.

Pequim quer pintar segunda maior economia do mundo de vermelho

Estabelecer uma meta de crescimento modesta de "acima de 6%" para 2021 em março - bem abaixo da taxa de mais de 8% prevista pelos analistas na época - deu ao Partido Comunista mais espaço para fazer mudanças económicas ostensivamente dolorosas mas necessárias.

As reformas de Xi Jinping visam reduzir a dependência económica da propriedade e da dívida, canalizar mais recursos para a produção de alta tecnologia e criar uma economia mais igualitária.

Porém, a repressão regulatória sobre a tecnologia, educação e entretenimento levantou questões sobre o futuro do crescimento do setor privado da China.

No mês passado, o Partido Comunista da China aprovou uma resolução rara que eleva o status de Xi, consolidando a sua autoridade, apontando assim para um terceiro mandato, que começaria já no próximo ano.

"Como o presidente Xi Jinping garantiu um terceiro mandato sem precedentes, esperamos que as reformas continuem. O novo conceito de desenvolvimento do líder político coloca menos ênfase no crescimento económico", disse a ANZ numa nota enviada à Reuters, prevendo uma meta de crescimento económico entre os 4,5% e 5,5%.

Hu Yifan, diretor regional de investimentos e economista-chefe para a China no UBS Global Wealth Management, disse esta semana, em entrevista à CNBC, que espera que o banco central corte as reservas que os bancos devem manter até o Ano Novo Lunar, no início de fevereiro.

Após um corte amplo para os índices de reserva em julho, o Banco Central desafiou desde então as expectativas do mercado para uma maior flexibilização da política.

Adicionalmente, em matéria de política fiscal, é provável que Pequim lance já no próximo ano um novo imposto sobre o imobiliário em várias regiões chinesas, de forma a "reduzir a especulação imobiliária, criar novas fontes de receita do governo e reduzir o fosso entre os mais ricos e os mais pobres".

 

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