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China quer pôr fim a lacuna que permitia a tecnológicas fazer IPO no estrangeiro

O Governo chinês quer pôr um fim à lacuna que tem possibilitado às empresas do país entrar em bolsa em mercados externos, avança a Bloomberg.

Reuters
01 de Dezembro de 2021 às 12:05
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A China tem planos para terminar com a lacuna nas regras que tem permitido às empresas do país, nomeadamente às tecnológicas, entrar em bolsa nos mercados externos através de IPO (oferta pública inicial, em inglês). A informação é avançada pela agência Bloomberg, que cita fontes com conhecimento deste assunto.

Assim, segundo a agência, a ideia passará por apertas as regras nas operações de IPO através das chamadas "Variable Interest Entity" (VIE), empresas em que um investidor tem uma participação de controlo apesar de não deter a maioria dos direitos de voto.

Ao encerrar este "loophole", Pequim terá como objetivo responder em parte às preocupações de segurança de dados que tem levantado ao longo dos últimos meses. Esta decisão estará no rascunho de novas regras para colocação em bolsa no estrangeiro, que está a ser definido pela China, indica a Bloomberg.

E, neste cenário, as empresas que mesmo assim queiram usar a estrutura VIE para os IPO poderão ter autorização para fazê-lo em Hong Kong, mas também estarão sujeitas a aprovação regulatória.

Neste cenário, as empresas que estão cotadas nos Estados Unidos e em Hong Kong, que recorreram às VIE, precisarão de fazer ajustes às respetivas estruturas para ir ao encontro desta mudança. Segundo as fontes com conhecimento do tema, esta será uma forma de atingir maior transparência. Por agora, não é claro se tal se poderá traduzir em alterações de acionistas ou, num cenário mais drástico, na retirada de algumas empresas das bolsas estrangeiras.

A confirmar-se, esta alteração poderá traduzir-se num dos maiores passos dados por Pequim para impedir que as empresas chinesas - especialmente as tecnológicas - se afastem para os mercados internacionais. O IPO da plataforma de mobilidade chinesa Didi, que rivaliza com a Uber, é um dos exemplos mais recentes. Em julho, a empresa fez um IPO nos Estados Unidos e, nos dias seguintes, enfrentou as consequências vindas de Pequim, que passaram também pela remoção da aplicação das lojas do país. Em última instância, como avisou a Didi, esta ação teve consequências no negócio da empresa.

Na semana passada, a Bloomberg avançou que os reguladores da China teriam pedido à Didi para abandonar a bolsa dos Estados Unidos, recorrendo ao argumento de preocupações de segurança. A Administração do Ciberespaço da China, a entidade responsável por este assunto, terá pedido à tecnológica para resolver alguns detalhes sobre esta saída, que ainda precisaria de um aval por parte do Governo chinês, avançou a agência.
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