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Olho por olho, dente por dente: Rússia admite expulsar 35 americanos
O ministro dos Negócios estrangeiros russo recomendou a Putin a expulsão de 35 diplomatas norte-americanos no território em resposta às sanções anunciadas por Barack Obama.
Um dia depois de Barack Obama ter anunciado a expulsão de 35 funcionários dos serviços de inteligência russos, o Kremlin contra-ataca, admitindo reagir da mesma forma e na mesma proporção, decretando a expulsão de 35 diplomatas norte-americanos.
A medida não é oficial, mas já estará em cima da mesa de Vladimir Putin, segundo relatos da imprensa internacional a partir da Interfax, a agência noticiosa russa.
A proposta terá partido do ministro dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov, que, citado pela Interfax, terá dito que "não podemos, como é óbvio, deixar estes avanços sem resposta". Para o Kremlin, a "a reciprocidade é lei na diplomacia e nas relações internacionais", ou seja, é para avançar
Ainda não é conhecida a reacção de Vladimir Putin a esta proposta, mas, como recorda o The Guardian, este tipo de retaliações directas já tem precedentes nas relações diplomáticas entre os dois países - já em 2001, quando George W. Bush expulsou 51 diplomatas russos com o argumento de que eram espiões, estes retaliaram decretando a saída de 50 norte-americanos.
Nas últimas horas já se ouviram várias reacções, algumas dos quais virulentas do Kremlin. Uma das mais duras veio da porta-voz dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, ao afirmar que "as pessoas que passaram oito anos na Casa Branca não são uma administração, são um grupo de perdedores da política externa, ressentidos e com vistas curtas", segundo cita o The Guardian.
Por seu turno, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, prometeu de imediato uma resposta adequada e não deixou de salientar a esperança de que as relações entre os dois blocos possam normalizar-se assim que Donald Trump assuma a presidência dos EUA.
Em causa está a decisão da Administração norte-americana de expulsar do seu território 35 diplomatas e operacionais dos serviços de inteligência russos e de decretar o encerramento de complexos (Nova Iorque e Maryland) de dois serviços de informação russos, o GRU e o FSB, na sequência da detecção de "actividades significativas" de pirataria informática que considera "inaceitáveis e que não serão toleradas".
Os russos continuam a garantir que as suspeitas dos EUA não têm fundamento.