O multimilionário Donald Trump voltou a garantir tempo de antena para a sua campanha com uma nova polémica. Numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira em Dubuque, no estado do Iowa, este candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, que segue à frente nas sondagens de outros candidatos republicanos como Jeb Bush, Marc Rubio ou Ted Cruz, recusou responder a uma questão que iria ser colocada pelo jornalista hispânico Jorge Ramos.

A nova polémica começou quando Jorge Ramos se levantou dizendo: "Senhor Trump, tenho uma questão sobre imigração". A resposta de Trump foi imediata: "Não, não tem. Não lhe foi dada a palavra. Volte para a Univison". Ramos trabalha para a Univison, uma emissora cuja programação é transmitida em castelhano e que tem como público-alvo a comunidade hispânica nos Estados Unidos.

Enquanto o jornalista insistia no "direito" a colocar a questão, Trump tenta dar a palavra a outro jornalista e, em simultâneo, troca olhares com um segurança que, de imediato, se encaminha para Jorge Ramos para o expulsar da sala. No meio do burburinho, Ramos lembra a Donald Trump que "não pode deportar 11 milhões de pessoas".

Desde que assumiu a sua candidatura presidencial, Trump tem-se evidenciado pela afirmação de posições altamente polémicas, designadamente sobre imigração. Trump já prometeu deportar todos os imigrantes ilegais, construir um muro de 300 km ao longo da fronteira sul dos Estados Unidos e ainda extinguir o direito à nacionalidade a quem nasça em solo norte-americano, algo que contraria a 14ª emenda da Constituição que garante a cidadania "a todas pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos". O multimilionário que fez fortuna no sector do imobiliário acusou mesmo o México de enviar criminosos e violadores para os Estados Unidos.

Ainda durante a conferência de imprensa acima referida, outro jornalista acabaria por questionar Trump sobre o incidente, ao que o candidato republicano às presidenciais de 2016 respondeu reconhecendo que "não sei muito acerca dele". "Não creio que já o tivesse conhecido, excepto que ele começou a gritar e que não fui eu a acompanhá-lo lá para fora. Terão de conversar com o segurança ‘perguntando se ele não se importa que [Jorge] Ramos regresse’". Trump finaliza afirmando que o jornalista em causa "é obviamente uma pessoa muito emocional".

O jornalista Jorge Ramos regressaria à sala onde a conferência de imprensa decorria. "É bom tê-lo de volta", prontificou-se Trump. Na troca de argumentos sobre imigração, Donald Trump voltaria a dar um ar da sua graça ao afiançar que a construção do prometido muro não seria problema para ele: "Sou construtor", apontou.