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Donald Trump: as sete afirmações mais controversas (até agora)

Na dianteira da corrida para ser o candidato do Partido Republicano nas presidenciais dos Estados Unidos, Donald Trump enfrenta uma vaga de protesto quase universal.

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Poll: 37% of Voters Favor Trump's Call for Muslim Ban
Negócios 09 de Dezembro de 2015 às 17:08
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Arrependido? "De forma alguma. (…) Alguém neste país tem de dizer o que é certo". Foi desta forma que Donald Trump reagiu à vaga de protesto que, um pouco por todo o mundo, se abateu sobre o potencial candidato republicano à presidência dos Estados Unidos depois de este ter proposto que o país fechasse por ora "completamente" as portas à entrada de muçulmanos no rescaldo do atentado perpetrado na Califórnia por fundamentalistas com alegadas ligações ao chamado Estado Islâmico.

David Cameron criticou as declarações do magnata, dizendo, através do seu porta-voz, que estas são "segregadoras, inúteis e simplesmente erradas". "Ao mesmo tempo que enfrentam o terrorismo e a sua ideologia venenosa, os políticos têm de encontrar meios para unir as comunidades, deixando claro que estes terroristas não só não representam o Islão como estão a perverter o Islão", acrescentou.

Em França, o primeiro-ministro Manuel Valls também lamentou o que considera ser a amálgama feita por Trumps, ao frisar que "o nosso único inimigo é o islamismo radical". A partir do Egipto, reporta ainda a revista norte-americana Atlantic, a Dar al-Ifta, entidade religiosa máxima, deplorou a "retórica de ódio", dizendo que "estas atitudes hostis contra o Islão e muçulmanos só aumentarão as tensões no seio da sociedade norte-americana onde se integram cerca de oito milhões de cidadãos americanos pacíficos e leais".

 

Mas houve também quem aplaudisse as declarações de Trump. Foi o caso de Geert Wilders, líder do partido da Liberdade holandês. "Espero que Donald Trump venha a ser o próximo presidente dos Estados Unidos. Bom para a América. Bom para a Europa. Precisamos de líderes corajosos", escreveu na sua conta do Twitter.

Dentro de portas, as reacções foram duras. "O que Donald Trump disse desqualifica-o para ser presidente", afirmou Josh Earnest, porta-voz de Barack Obama. A editora do Huffington Post – jornal que decidira fazer a cobertura noticiosa do candidato nas primárias republicanas na secção de "Entretenimento"– anunciou no fim-de-semana que a publicação deixou de lhe achar graça alguma. Consequentemente, passará a relatar a sua campanha na secção de "Política", mas não como se tratasse de uma campanha normal. O multibilionário é a "força feia e perigosa da política americana" e "se as palavras e os actos de Trump são racistas, vamos chamá-lo de racista. Se forem sexistas, vamos chamá-lo de sexista. Não vamos afastar-nos da verdade nem distrair-nos com o exibicionismo", explica aos leitores Arianna Huffington.

A gota de água surgiu neste fim-de-semana, mas ao longo dos últimos meses Donald Trump coleccionou uma quantidade dificilmente igualável de declarações polémicas, que têm merecido forte contestação no seio do seu partido que ambiciona garantir a sucessão de Barack Obama nas eleições que serão realizadas dentro de precisamente um ano. O Politico fez um apanhado dos sete pecados capitais cometidos pelo empresário filho de mãe escocesa e neto de alemães que diz querer recuperar os Estados Unidos para os americanos.

1. Sobre os muçulmanos

"Temos de fechar total e completamente a possibilidade de muçulmanos entrarem nos Estados Unidos até que os representantes do nosso país consigam perceber o que se está a passar". "Enquanto não formos capazes de determinar e de compreender este problema e a ameaça perigosa que ele coloca, o nosso país não pode ser vítimas de ataques horrendos cometidos por pessoas que acreditam apenas na Jihad, e não têm nenhum bom senso ou respeito pela vida humana. Se eu ganhar a eleição para Presidente, estamos a caminhar para fazer com que a América volte a ser Grande".

2. Sobre os mexicanos

"Os principais fornecedores de heroína, cocaína e outras drogas ilícitas são cartéis mexicanos que têm imigrantes mexicanos a tentar passar a fronteira para fazer tráfico. (…) Da mesma maneira, doenças infecciosas terríveis estão a passar a fronteiras. (…) Quando o México manda para cá gente, não manda os melhores. Manda pessoas que têm imensos problemas. Que trazem drogas, Que trazem crime. São estupradores. E alguns, pressumo, são boas pessoas". "O muro vai ser erguido e o México vai começar a comportar-se".

 

3. Sobre criações divinas
"Como presidente, serei o maior promotor de emprego que Deus alguma vez criou".

 

4. Sobre o Daesh

"O ISIS está a fazer uma quantidade enorme de dinheiro por causa do petróleo que leva da Síria e algum do Iraque. Gostaria de bombardear aquela merda toda. (…) Gostaria de bombardear aqueles otários, isso é certo, e fazer explodir as tubagens, as refinarias, fazer explodir cada polegada, não haveria mais nada."

 

5. Sobre John McCain (candidato republicano derrotado por Barack Obama, hoje senador, feito prisioneiro na guerra do Vietname, onde ficou cinco anos e meio encarcerado, tendo sido sujeito a tortura repetida e dois anos de confinamento solitário). 
"Ele não é um herói de guerra. É um herói de guerra porque foi capturado. (…) Eu gosto de pessoas que não foram capturadas". Mais tarde, emendou a mão. "Se alguém é prisioneiro, eu considero-o um herói de guerra".

 

6. Sobre Hillary Clinton (candidata nas primárias no Partido Democrata à sucessão de Obama)

"Hillary Clinton é a pior Secretária de Estado na história dos Estados Unidos da América. Nunca houve uma Secretária de Estado tão má como a Hillary. O mundo explodiu à nossa volta. Nós perdemos tudo".


7. Sobre as mulheres

- Carly Fiorina, ex-CEO da Hewlett-Packard e única mulher que procura a nomeação a candidata a presidente dos EUA no seio do Partido Republicano.

"Olhem-me para aquela cara! Será que alguém vai votar naquilo? Você consegue imaginar que o nosso próximo presidente tenha aquela cara?! (…) O que eu quero dizer é que ela é uma mulher.Não é suposto eu dizer coisas desagradáveis, mas de verdade, gente, vamos lá: será que estamos a falar a sério?"


- Megyn Kelly, jornalista

"Ela vai e começa a perguntar-me todo o tipo de perguntas ridículas. (…) Podia ver-se sangue a sair-lhe dos olhos, sangue a sair de todos os lados. Na minha opinião, ela estava fora de si".

 

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