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Trump promete deixar de falar com os filhos… sobre negócios
O presidente eleito dos EUA reiterou que não deixará os seus negócios interferirem na sua acção presidencial e, entre outras coisas, vai deixar de falar sobre tais temas com os seus filhos, que encarregou de liderar a organização Trump.
Donald Trump assegura que irá constituir uma espécie de bolha que o deixará distante e independente face à organização Trump (Trump Organization), constituída por centenas de empresas controladas pelo presidente eleito dos Estados Unidos.
Na primeira conferência de imprensa dada em seis meses, e que teve lugar esta quarta-feira, 11 de Janeiro, em Nova Iorque, o magnata do imobiliário insistiu que não existe qualquer conflito de interesses que o impeçam de exercer o mandato presidencial conquistado nas eleições do passado dia 8 de Novembro.
Trump começou por notar que transferiu a gestão e bens de todas as suas empresas e negócios para os seus dois filhos mais velhos, Don Jr. e Eric. Para o confirmar, levou para a conferência de imprensa uma pilha de documentos que constituem "apenas alguns dos documentos que assinei para transferir o controlo total para os meus filhos".
Trump says the pile of files are some of the "many documents" he's signed turning over his company to his sons https://t.co/Y26qD43Pbq pic.twitter.com/1K126tq1i9
— Yahoo News (@YahooNews) 11 de janeiro de 2017
A advogada de Trump, Sheri Dillon, explicaria depois as questões técnicas, insistindo que as leis norte-americanas que enquadram os comportamentos susceptíveis da existência de conflitos de interesses não se aplicam ao presidente, nem ao vice-presidente do país. A este respeito, Trump sublinhou que "poderia gerir os meus negócios e o Governo ao mesmo tempo (…) mas não quero".
A advogada acrescentaria de seguida que o futuro presidente "só terá conhecimento dos negócios pelos jornais ou pela televisão" e, mostrando o comprometimento de Trump com esta decisão, Sheri Dillon revelou ainda que o presidente eleito não voltará a "falar com os filhos sobre os negócios". Desta forma o futuro presidente ficará "completamente isolado dos seus negócios".
Tal como fizera o presidente eleito, também a sua advogada reiteraria que o objectivo de Trump passa por ficar "completamente isolado dos seus negócios", garantindo assim que não reste qualquer sombra de dúvidas aos cidadãos norte-americanos.
Sheri Dillon acrescentaria ainda que as empresas com a chancela Trump não farão negócios com entidades estrangeiras durante os quatro anos do mandato presidencial e que as empresas da Trump Organization irão doar tudo aquilo que for pago por Governos estrangeiros nos hotéis Trump, para que assim "os cidadãos americanos também possam ficar a ganhar".
A finalizar, Sheri Dillon mostrou algum espanto com o facto de os media não se terem "preocupado tanto" quando se tratou da nomeação de Nelson Rockefeller como vice-presidente dos EUA, lembrando que "não se pode esperar que Trump destrua a empresa que construiu".
Nota ainda para uma outra garantia dada pelo presidente eleito que, questionado sobre se acabará por divulgar a sua declaração de impostos, disse que não. "Não vou divulgar as minhas declarações de impostos" porque "estão a ser auditadas", disse Trump sustentando que são os jornalistas que querem ver essa informação enquanto as restantes "pessoas não".