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Trump dá conferência mas recusa responder a alguns jornalistas

"Vocês dão notícias falsas", atirou Trump ao jornalista da CNN, assim justificando que não responderá a órgãos de comunicação social que publiquem "falsidades" sobre ele próprio.

Reuters
11 de Janeiro de 2017 às 17:51
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Depois de cerca de meio ano sem dar conferências de imprensa, uma resposta aos alegados ataques de que foi alvo por vários órgãos de comunicação social, Donald Trump deu esta quarta-feira, 11 de Janeiro, a primeira conferência em muitos meses e a primeira como presidente eleito.

 

No entanto, Trump decidiu só responder às perguntas feitas por alguns jornalistas. Quando um jornalista da CNN se levantou para lhe dirigir uma pergunta, o presidente eleito prontificou-se a ignorá-lo garantindo que não lhe responderia porque "vocês dão notícias falsas". O jornalista em causa é Jim Acosta que, no Twitter, revelou que uma colega da ABC colocou a pergunta que a CNN pretendia fazer a Trump.

 

Depois das várias tentativas fracassadas da CNN, seguiu-se de imediato um outro jornalista que se identificou como sendo da BBC News. Ao que Trump respondeu: "Oh, outra bela peça".

 

Esta quarta-feira, a CNN e o site Buzzfeed noticiaram a existência de um alegado relatório dos serviços de informação norte-americanos, segundo o qual as autoridades russas estarão na posse de informações comprometedoras para Trump. A informação recolhida pela inteligência norte-americana concerne também a uma suposta troca de informação entre Trump e o Kremlin, com garantias de que os ataques informáticos promovidos pelo Governo russo com vista a penalizar a candidatura da democrata Hillary Clinton visavam, como objectivo final, apoiar a eleição do magnata nova-iorquino.

 

Em várias posts publicados no Twitter, Donald Trump acusou os seus "opositores políticos" de patrocinarem a publicação destas "notícias falsas" que, garante, não passam de uma "completa fabricação". Trump chegou mesmo a perguntar se "vivemos na Alemanha nazi", sustentando que os serviços de informação dos Estados Unidos não poderiam de forma alguma "vazar" estas "notícias falsas".

Questionado sobre estas declarações, justificou que "foi vergonhoso, absolutamente vergonhoso que os serviços de segurança e informação tenham libertado informações tão falsas". "Digo isto porque se trata de algo que teria sido feito na Alemanha nazi. É grave que informação falsa e fabricada seja publicada", concluiu.

 

Na conferência de imprensa hoje realizada em Nova Iorque, Trump acrescentou que há "pessoas muito desonestas" na comunicação social. E apesar de dizer que "temos de nos habituar a viver com isso", lamentando ter visto "pessoas destruídas" pela publicação de notícias falsas, "o que acho muito injusto", Trump avisou que irá "ripostar".

 

O multimilionário acrescentou que 90 dias a contar a partir da sua tomada de posse como presidente dos EUA, agendada para o próximo dia 20 deste mês, os serviços de informação terão de ter concluído um relatório sobre os ataques informáticos efectuados contra entidades e pessoas em solo americano.

 

"Somos ‘hackeados’ por todos", afiançou Trump dizendo que também o Partido Republicano foi alvo de uma tentativa falhada de pirataria informática.

A CNN já respondeu à atitude adoptada por Donald Trump, garantindo ter "total confiança" no teor da notícia publicada.

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