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Kirchner garante que a Argentina não vai ceder à "extorsão" decretada pelos EUA
O Supremo Tribunal de Justiça dos EUA decidiu que a Argentina terá de pagar aos investidores que não aceitaram participar na reestruturação de dívida. Kirchner recusa, argumentando que o país está a ser vítima de "extorsão" por parte dos "especuladores".
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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, voltou a dar corpo aos receios de uma situação de bancarrota no país, ao garantir que o seu Governo não vai sucumbir à "extorsão" decretada pelo Supremo Tribunal de Justiça norte-americano.
A justiça dos Estados Unidos decidiu esta segunda-feira que a Argentina tem de pagar os 907 milhões de dólares (cerca de 669 milhões de euros) que deve aos investidores, sobretudo fundos especulativos, que rejeitaram a reestruturação de dívida levada a cabo em 2001 e aceite, nessa altura, por mais de 90% dos credores.
"O que não posso fazer, enquanto Presidente, é submeter o país a tal extorsão", disse a presidente da Argentina, num discurso de 20 minutos, transmitido pelas televisões para todo o país. "É nossa obrigação sermos responsáveis pelo pagamento aos nossos credores, mas não em sermos vítimas de extorsão por especuladores".
Os Estados Unidos já avisaram Kirchner que, se não cumprir a decisão do Tribunal, o país não poderá aceder ao sistema financeiro norte-americano para pagar aos detentores de outras obrigações soberanas da Argentina, que vencem no final do mês de Junho, e que têm um valor equivalente à dívida que Kirchner se recusa pagar (907 milhões de dólares). O que significa que, sem este acesso ao sistema financeiro dos Estados Unidos, a Argentina poderá entrar, novamente, em incumprimento.
Em 2001, a Argentina decidiu que não iria pagar a totalidade do valor das suas obrigações a quem as tinha comprado. Na prática, fez uma reestruturação das obrigações em 2005 e em 2010. Ofereceu aos credores títulos de dívida com condições menos favoráveis para trocar por aquelas que estes tinham nas suas mãos.