Notícia
América une-se contra Maduro
Mais de uma dezena de países reconheceu já Guaidó como presidente interino da Venezuela. A Organização dos Estados Americanos também já o fez e em Davos, Guterres apelou ao diálogo, para evitar uma escalada do conflito. Crise na Venezuela está hoje em análise na reunião do Conselho de Ministros.
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Estados Unidos, Brasil, Canadá, Colômbia, Peru, Brasil, Equador, Paraguai, Costa Rica, Argentina, Guatemala, Honduras, Panamá e Chile. Estes são alguns dos países que, até ao momento, reconheceram Juan Guaidó, líder da oposição a Nicolás Maduro, como presidente interino da Venezuela. México e Uruguai optaram por uma posição mais recuada, sugerindo que se procure uma solução negociada para a crise enquanto Bolívia, Cuba, Rússia e Turquia continuam a reconhecer Maduro como legítimo presidente.
O balanço revela que são cada vez mais os países vizinhos que cortam o apoio ao presidente venezuelano, na sequência da crise em que o país mergulhou e que só nos protestos dos últimos dias, que resultaram em confrontos com as forças policiais, provocou já a morte de pelo menos 16 pessoas.
Maduro reagiu anunciando um corte de relações diplomáticas com os Estados Unidos e dando 72 horas para que o pessoal de consulados e representação diplomática abandonar a Venezuela. Washington insiste em ficar e que manterá relações diplomáticas com Juan Guaidó, que esta quarta-feira se autoproclamou presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Por cá, o ministro dos negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, sublinhou, citado pela Lusa, o pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro "compreenda que o seu tempo acabou", apelando à realização de "eleições livres". O tema está a ser avaliado, na reunião semanal de hoje, do Conselho de Ministros e é espectável uma posição púbica sobre o tema no briefing que se seguirá, no final da manhã.
Para já, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, e sublinhou que "os direitos cívicos, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados". Bruxelas instou também à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".
Em Davos, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres afirmou que espera que "o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região". E adiantou que "todos os governos soberanos têm a possibilidade de escolher o que querem", quando se trata de reconhecer qual dos dois é o presidente legítimo.
Sánchez pede eleições livres
Participante da cimeira de Davos, onde estão alguns dos líderes de países americanos que já reconheceram Guaidó como presidente interino, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, falou ao telefone com o líder da assembleia legislativa venezuelana para lhe transmitir a "empatia com a sua coragem" e com a sua tentativa de "representar a vontade dos venezuelanos".
Sem dar um apoio expresso, Sánchez defendeu que a realização de eleições livres é a resposta para a atual crise na Venezuela.
Segundo o El Pais, Espanha está agora a fazer pressão junto da União Europeia para a realização de um conselho dos Negócios Estrangeiros o mais rápido possível, do qual possa sair uma posição conjunta de apoio a Juan Guaidó.
(notícia actualizada às 13:00 com posição de Pedro Sánchez)