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América une-se contra Maduro

Mais de uma dezena de países reconheceu já Guaidó como presidente interino da Venezuela. A Organização dos Estados Americanos também já o fez e em Davos, Guterres apelou ao diálogo, para evitar uma escalada do conflito. Crise na Venezuela está hoje em análise na reunião do Conselho de Ministros.

Reuters
24 de Janeiro de 2019 às 11:43
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Estados Unidos, Brasil, Canadá, Colômbia, Peru, Brasil, Equador, Paraguai, Costa Rica, Argentina, Guatemala, Honduras, Panamá  e Chile. Estes são alguns dos países que, até ao momento, reconheceram Juan Guaidó, líder da oposição a Nicolás Maduro, como presidente interino da Venezuela. México e Uruguai optaram por uma posição mais recuada, sugerindo que se procure uma solução negociada para a crise enquanto Bolívia, Cuba, Rússia e Turquia continuam a reconhecer Maduro como legítimo presidente.

 

O balanço revela que são cada vez mais os países vizinhos que cortam o apoio ao presidente venezuelano, na sequência da crise em que o país mergulhou e que só nos protestos dos últimos dias, que resultaram em confrontos com as forças policiais, provocou já a morte de pelo menos 16 pessoas.

 

Maduro reagiu anunciando um corte de relações diplomáticas com os Estados Unidos e dando 72 horas para que o pessoal de consulados e representação diplomática abandonar a Venezuela. Washington insiste em ficar e que manterá relações diplomáticas com Juan Guaidó, que esta quarta-feira se autoproclamou presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

 

Por cá, o ministro dos negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, sublinhou, citado pela Lusa, o pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro "compreenda que o seu tempo acabou", apelando à realização de "eleições livres". O tema está a ser avaliado, na reunião semanal de hoje, do Conselho de Ministros e é espectável uma posição púbica sobre o tema no briefing que se seguirá, no final da manhã.

 

Para já, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, e sublinhou que "os direitos cívicos, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados". Bruxelas instou também à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

 

Em Davos, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres afirmou que espera que "o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região". E adiantou que "todos os governos soberanos têm a possibilidade de escolher o que querem", quando se trata de reconhecer qual dos dois é o presidente legítimo.

Sánchez pede eleições livres

 

Participante da cimeira de Davos, onde estão alguns dos líderes de países americanos que já reconheceram Guaidó como presidente interino, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, falou ao telefone com o líder da assembleia legislativa venezuelana para lhe transmitir a "empatia com a sua coragem" e com a sua tentativa de "representar a vontade dos venezuelanos".

 

Sem dar um apoio expresso, Sánchez defendeu que a realização de eleições livres é a resposta para a atual crise na Venezuela.

 

Segundo o El Pais, Espanha está agora a fazer pressão junto da União Europeia para a realização de um conselho dos Negócios Estrangeiros o mais rápido possível, do qual possa sair uma posição conjunta de apoio a Juan Guaidó.


(notícia actualizada às 13:00 com posição de Pedro Sánchez)

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