O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na sexta-feira que abriu "canais de diálogo e entendimento" com embaixadores de vários países da União Europeia (UE), dias depois da UE reiterar que não reconhece o seu novo mandato.
"Tive um encontro produtivo com embaixadores da União Europeia. Discutimos questões de interesse comum e abrimos canais de diálogo e entendimento, no âmbito do respeito e da autodeterminação dos povos", afirmou Maduro, numa mensagem publica na rede social Twitter.
A televisão estatal VTV mostrou imagens de Maduro a receber a embaixadora da UE em Caracas, Isabel Brilhante, e representantes de vários países europeus, incluindo Portugal, no Palácio de Miraflores, sede do Executivo.
Antes do encontro com Maduro, a delegação foi recebida pelo ministro dos Negócios Estrageiros da Venezuela, Jorge Arreaza.
À exceção da mensagem publicada por Maduro, não há ainda informações sobre os temas discutidos na reunião.
Portugal não esteve representado na tomada de posse de Maduro. Na altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, explicou que "não estaremos representados a nível político na tomada de posse do Presidente Nicolás Maduro".
A eventual presença de Portugal e de outros Estados-membros da União Europeia (UE) na tomada de posse de Nicolás Maduro perante o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela tinha sido analisada no seio da UE, em Bruxelas, para concertar posições.
A UE não reconheceu os resultados das eleições de maio de 2018, nas quais Maduro reclamou a vitória, e, no final desse ano, prorrogou por mais um ano e aumentou as sanções à Venezuela. Não reconhecimento que reiterou a 10 de janeiro, dia da tomada de posse de Maduro perante o Supremo Tribunal como Presidente da Venezuela para o período 2019-2025.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, com 6.248.864 votos (67,84%).
Mas, um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e a falta de respeito pelos tratados de direitos humanos ou pela Constituição da Venezuela.