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MPLA reclama vitória e maioria qualificada nas eleições angolanas

João Martins, secretário do MPLA para assuntos políticos e eleitorais, diz que a vitória do partido no poder é "inequívoca". Maior qualificada significa 2/3 dos votos entrados nas urnas.

Carlos Muyenga
24 de Agosto de 2017 às 12:25
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O MPLA diz ter tido uma vitória "inequívoca" nas eleições gerais que se realizaram quarta-feira, dia 23, em Angola.

João Martins, secretário do partido no poder para assuntos políticos e eleitorais afirmou esta quinta-feira que "a vitória do MPLA foi inequívoca e está praticamente garantida". "Esperamos poder começar a anunciar os resultados nas próximas horas" adiantou este responsável, citado pela agência Reuters.

Segundo a agência Lusa, João Martins anunciou ainda que o MPLA tem a  "maioria qualificada assegurada" e a eleição de João Lourenço para Presidente da República como segura. A maioria qualifica representa 2%3 dos votos entrados em urnas, ou seja, um resultado que rondará os 66%.

Segundo a lei em vigor, para formar a Assembleia Nacional, composta por 220 deputados, o círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados cada. O Presidente da República é depois proposto ao Parlamento, começando pelo cabeça-de-lista do partido mais votado. Com maior qualificada, o MPLA dispensa a necessidade de precisar do voto de outros partidos para indigitar João Lourenço como Chefe de Estado.


Num encontro com jornalistas, na sede do partido em Luanda, João Martins, explicou assim o porquê desta proclamação de vitória. "Temos vindo a fazer a compilação dos dados que os nossos delegados de lista nos têm remetido, das atas síntese que obtiveram das assembleias de voto a nível de todo o país. E, numa altura em que temos escrutinado acima de cinco milhões de eleitores, o MPLA pode garantir que tem a maioria qualificada assegurada" declarou, citado pela Lusa.

 

As eleições de quarta-feira marcaram o adeus ao poder de José Eduardo dos Santos, o qual durante 38 anos dirigiu os destinos do país. O candidato apresentado pelo MPLA à sua sucessão foi João Lourenço, actual ministro da Defesa.

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola tinha adiantado, ontem, que os primeiros resultados seriam oficialmente divulgados esta sexta-feira. Para estas eleições estavam recenseados 9,3 milhões de eleitores.

Os principais rivais do MPLA nestas eleições foram a UNITA, liderada por Isaías Samakuva, e a CASA-CE, presidida por Abel Chivukuvuku.

UNITA contesta anúncio de vitória

 

O vice-presidente da UNITA, Raúl Danda, contestou hoje o anúncio de vitória do MPLA nas eleições gerais angolanas, exortando a Comissão Nacional Eleitoral "a ter a coragem de divulgar os resultados provisórios reais" que vão chegando aos partidos.

 

"Não sei de onde o MPLA está a tirar este resultado. Nós estamos a falar daquele que é o resultado real, e que estamos à espera que a CNE tenha coragem de divulgar. Não sabemos porque não o fez até agora", disse à agência Lusa Raúl Danda.

 

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) anunciou hoje que, com cinco milhões de votos escrutinados em todo o país, tem a "maioria qualificada assegurada" e a eleição de João Lourenço para Presidente da República.

Informação actualizada às 14:38 com introdução do terceiro parágrafo

 

As relações entre Portugal e Angola em 10 gráficos


A crise angolana reflectiu-se numa contracção tanto das importações como das exportações portuguesas para o país a partir de meados de 2014.

O gráfico reflecte as variações observadas no slide anterior: as importações estão a cair há três anos, com as exportações a seguirem uma trajectória semelhante.

Segundo os dados do INE, as máquinas são o principal produto exportado por Portugal para Angola.

O gráfico é bastante claro: o petróleo tem um peso tão grande nas importações que Portugal faz de Angola que as restantes categorias se tornam muito pouco relevantes. Os produtos do reino animal, por exemplo, são a terceira maior importação e praticamente não se vêem.

A queda das exportações (e importações) para Angola tem ocorrido em sentido contrário ao resto da economia, o que se traduz numa perda de peso desta relação comercial face à totalidade da troca de bens feita por Portugal. Hoje, as exportações para Angola valem menos de 3% do total vendido ao exterior, quando em 2014 superava os 6,5%.

A China é, de longe, o país que mais mercadorias compra a Angola, com mais de 45% do total. Portugal surge apenas em nono lugar, com 3,2%.

Este ranking é mais equilibrado. Portugal é o país que mais bens vende a Angola, seguido pela China (que chegou a ocupar o primeiro lugar em 2015).

As remessas de emigrantes portugueses em Angola aumentaram significativamente entre 2007 e 2011, começando a cair a partir desse ano. As remessas dos imigrantes angolanos em Portugal mantiveram-se relativamente estáveis.

O turismo também se ressentiu da crise angolana, com as exportações de viagens e turismo a caírem fortemente desde 2014, depois de ter disparado nos sete anos anteriores.

O investimento directo angolano em Portugal foi ganhando progressivamente mais peso. Ainda assim, continua longe dos valores aplicados por empresas portuguesas em Angola. O gráfico ilustra o stock de investimento, não o fluxo.
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