Notícia
Angolanos escolheram sem sobressaltos sucessor de Eduardo dos Santos
"A população angolana está a dar um exemplo de civismo e de como se deve realizar eleições democráticas em qualquer parte do mundo, facto que orgulha o país e a África", afirmou o presidente da CNE angolana.
As eleições gerais em Angola, disputadas ontem, decorreram com tranquilidade e até Isaías Samakuva, líder da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), considerou que muitas das "irregularidades" que foram denunciadas em relação ao funcionamento da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) foram maioritariamente ultrapassadas.
Após ter votado pela manhã em Talatona, Luanda, Samakuva, em declarações aos jornalistas, desafiou os angolanos a votarem num dia em que devem sentir-se "importantes".
Abel Chivukuvuku, presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) que votou no bairro do Alvalade, também em Luanda, felicitou os angolanos por "participarem neste processo" e adiantou que importa agora olhar para o futuro. O "mais importante é que os angolanos decidam e decidam bem para um novo rumo para Angola, para que deixe de ser um país potencialmente rico habitado por uma maioria de pobres".
O menos expansivo em palavras foi João Lourenço, o candidato que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) apresenta à sucessão de José Eduardo dos Santos, que diz adeus ao poder ao fim de 38 anos como Presidente da República. Lourenço, que exerceu o direito de voto na Universidade Agostinho Neto, em Luanda, disse aos jornalistas estar "sereno e tranquilo".
Além dos três partidos mais votados merecem também destaque as palavras de Lucas Ngonda, líder da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). Ngonda afirmou esperar que sai destas eleições um Parlamento "mais equilibrado", sublinhando que esta premissa é essencial para o país dar "o salto qualitativo que precisa".
Resultados parciais na sexta-feira
As eleições em Angola foram disputadas por cinco partidos e uma coligação e destinam-se a preencher os 220 lugares da Assembleia Nacional. O Presidente da República será o cabeça-de-lista do partido mais votado. É previsível que os resultado parciais sejam divulgados esta sexta-feira, dia 24, mas os definitivos apenas serão revelados entre os dias 6 e 7 de Setembro.
Durante a tarde de ontem, o presidente da CNE, André da Silva Neto, fez um balanço do processo eleitoral, considerando, citado pela Angop, "que a população angolana está a dar um exemplo de civismo e de como se deve realizar eleições democráticas em qualquer parte do mundo, facto que orgulha o país e a África".
Este é o quarto acto eleitoral que se realiza no país desde a sua independência, em Novembro de 1975. As primeiras eleições tiveram lugar em 1992, mas os resultados não foram aceites pela UNITA, o que fez Angola mergulhar de novo na guerra civil. As segundas eleições foram realizadas em Setembro de 2008, tendo o MPLA obtido 81% dos votos, e as terceiras decorreram em Agosto de 2012, com o MPLA a registar uma votação de 71%.
João Soares, deputado do PS e crítico do regime considera que as eleições em Angola não são justas. "A vigarice é toda feita depois no sistema eletrónico e pelas empresas portuguesas e espanholas que lá têm estado a cobrir estas coisas e lá estiveram há quatro anos... Há consultores de todo o lado que vão lá por dinheiro e são puros mercenários", declarou à TSF.
Já António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros que está em Luanda como observador internacional a convite de José Eduardo dos Santos, ouvido pela Rádio Renascença, fala de uma "Luanda calma" acrescentando não ver "nenhuma diferença entre o processo de votação em Angola e noutros países europeus".
Após ter votado pela manhã em Talatona, Luanda, Samakuva, em declarações aos jornalistas, desafiou os angolanos a votarem num dia em que devem sentir-se "importantes".
Abel Chivukuvuku, presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) que votou no bairro do Alvalade, também em Luanda, felicitou os angolanos por "participarem neste processo" e adiantou que importa agora olhar para o futuro. O "mais importante é que os angolanos decidam e decidam bem para um novo rumo para Angola, para que deixe de ser um país potencialmente rico habitado por uma maioria de pobres".
Além dos três partidos mais votados merecem também destaque as palavras de Lucas Ngonda, líder da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA). Ngonda afirmou esperar que sai destas eleições um Parlamento "mais equilibrado", sublinhando que esta premissa é essencial para o país dar "o salto qualitativo que precisa".
Resultados parciais na sexta-feira
As eleições em Angola foram disputadas por cinco partidos e uma coligação e destinam-se a preencher os 220 lugares da Assembleia Nacional. O Presidente da República será o cabeça-de-lista do partido mais votado. É previsível que os resultado parciais sejam divulgados esta sexta-feira, dia 24, mas os definitivos apenas serão revelados entre os dias 6 e 7 de Setembro.
Durante a tarde de ontem, o presidente da CNE, André da Silva Neto, fez um balanço do processo eleitoral, considerando, citado pela Angop, "que a população angolana está a dar um exemplo de civismo e de como se deve realizar eleições democráticas em qualquer parte do mundo, facto que orgulha o país e a África".
Este é o quarto acto eleitoral que se realiza no país desde a sua independência, em Novembro de 1975. As primeiras eleições tiveram lugar em 1992, mas os resultados não foram aceites pela UNITA, o que fez Angola mergulhar de novo na guerra civil. As segundas eleições foram realizadas em Setembro de 2008, tendo o MPLA obtido 81% dos votos, e as terceiras decorreram em Agosto de 2012, com o MPLA a registar uma votação de 71%.
João Soares, deputado do PS e crítico do regime considera que as eleições em Angola não são justas. "A vigarice é toda feita depois no sistema eletrónico e pelas empresas portuguesas e espanholas que lá têm estado a cobrir estas coisas e lá estiveram há quatro anos... Há consultores de todo o lado que vão lá por dinheiro e são puros mercenários", declarou à TSF.
Já António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros que está em Luanda como observador internacional a convite de José Eduardo dos Santos, ouvido pela Rádio Renascença, fala de uma "Luanda calma" acrescentando não ver "nenhuma diferença entre o processo de votação em Angola e noutros países europeus".