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Ex-presidente do INEM terá usado carro de luxo da Octapharma

Luís Cunha Ribeiro continuará a ser ouvido esta quinta-feira por suspeitas de corrupção no negócio do sangue. Os investigadores andam à procura de documentos perdidos com decisões tomadas no tempo de Sócrates, segundo o Correio da Manhã.

Bruno Simão/Negócios
Negócios 15 de Dezembro de 2016 às 09:11
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A detenção de Luis Cunha Ribeiro, ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS) continua em destaque na imprensa, com o jornal Público a adiantar novos indícios reunidos pela investigação e o Correio da Manhã a dar conta do extravio de um dossiê com decisões tomadas no tempo de José Sócrates a favor da Octapharma.

Segundo o Público, Luis Cunha Ribeiro também terá tido ao seu dispor um carro de luxo cedido pela Octapharma, para uso no seu dia-a-dia, e terá ainda feito viagens à custa da multinacional farmacêutica. A investigação acredita que estas vantagens terão sido recebidas como contrapartidas ao favorecimento da Octapharma em concursos públicos, à semelhança do usufruto de um apartamento em Lisboa. O médico terá vivido vários anos numa casa de Paulo Lalanda e Castro, administrador da farmacêutica e, apesar de haver contrato de arrendamento, nunca terá havido pagamento de qualquer renda, relata o Público.

Enquanto Luis Cunha Ribeiro continua a ser interrogado pelas autoridades, a investigação está à procura de uma pasta que desapareceu do Ministério da Saúde sobre um processo envolvendo a multinacional. Segundo o Correio da Manhã, em 2008, o então secretário de Estado da Saúde Manuel Pizarro terá vetado a tentativa de impugnação de uma concorrente da Octapharma, mas o processo com a decisão política não foi encontrado. Desparecidos andarão também alguns documentos no INEM, relata ainda o jornal.

Entretanto, esta quarta-feira, Lalanda e Castro, que já se viu envolvido na Operação Marquês e na Operação Vistos Gold, pediu a demissão das suas funções

Luis Cunha Ribeiro foi detido na terça-feira, no decorrer da investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ e do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, que investiga factos susceptíveis de se enquadrarem na prática de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.

 

Foram realizadas mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, duas buscas em escritórios e locais de trabalho de advogados e outras em território suíço.

Além do médico, foram também constituídos arguidos dois advogados, um dos quais sócio da PLMJ, por alegadamente terem ajudado a justificar verbas oriundas da corrupção, diz o Público. 

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