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Sociedade de advogados PLMJ alvo de busca no negócio de plasma

Inspectores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, acompanhados por um representante da Ordem dos Advogados, deslocaram-se à PLMJ, tendo-se reunido com um dos causídicos daquele escritório.

Bruno Simão/Negócios
13 de Dezembro de 2016 às 13:12
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A Polícia Judiciária efectuou uma busca na sociedade de advogados PLMJ, em Lisboa, no âmbito da investigação relacionada com o negócio do plasma, que envolve a farmacêutica Octapharma, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A mesma fonte indicou que durante a manhã de hoje se deslocaram à sociedade de advogados inspectores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, acompanhados por um representante da Ordem dos Advogados, tendo-se reunido com um dos causídicos daquele escritório.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou hoje que estão em curso mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, e outras em território suíço, numa investigação ao negócio do plasma.

Os inspectores da PJ também estão a fazer buscas na farmacêutica Octapharma.

De acordo com a nota da PGR, as buscas domiciliárias e não domiciliárias em Portugal decorrem na área da Grande Lisboa e do grande Porto e, além dos estabelecimentos oficiais ligados à área da saúde, duas das buscas realizam-se em escritórios e locais de trabalho de advogados.

No decurso destas diligências foi detido o ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do INEM, Luis Cunha Ribeiro, disse à Lusa outra fonte.

Segundo a PGR, participam na operação três juízes de instrução criminal, oito magistrados do Ministério Público, oito dezenas de elementos da Polícia Judiciária (PJ), seis peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ e nove peritos da Unidade de Tecnologia e Informação da PJ.

"No inquérito investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inactivado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", refere a nota da PGR.

Para o efeito - explica - "um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro".

Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015.

Ainda de acordo com a informação da PGR, os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões com a ajuda de terceiros.

Em causa estão factos susceptíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.
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