Uma denúncia feita em Novembro de 2014 levou o Ministério Público a abrir uma investigação às contas do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) e à constituição, até agora, de dois arguidos. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo i foi oficialmente confirmada pela Procuradoria-Geral da República.

A denúncia versa sobre contratos de despesas efectuadas entre 2010 e 2014, um período em que a escola superior era dirigida por José Carlos Quadrado, actualmente vice-presidente do Instituto Superior de Engenharia do Porto.

Os documentos entregues às autoridades indicam que durante esses anos o ISEL fez vários contratos por ajuste directo a empresas alegadamente ligadas a familiares do seu ex-presidente. Haverá também deslocações ao estrangeiro que não foram devidamente documentadas e outras ainda que não foram autorizadas pela instituição superior, relata o i.

José Carlos Quadrado, contactado pelo jornal, garante não ter conhecimento da investigação do Ministério Público e assegura que não adjudicou contratos a entidades em relação às quais houvesse um impedimento legal. Argumenta também que as contas foram sempre auditadas pela BDO, que nunca terá encontrado qualquer irregularidade.

O mandato do ex-presidente já tinha sido passado a pente fino por um inquérito interno ordenado por Elmano Margato, actual presidente do Instituto Politécnico de Lisboa e anterior presidente do ISEL, mas o processo acabou arquivado por não se ter verificado "a prática de infracções disciplinares" nem "o incumprimento de normas legais", descreve o jornal.