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Paulo Lalanda de Castro apresentou demissão de todas as funções na Octapharma

Paulo Lalanda de Castro apresentou ao conselho de administração da Octapharma a demissão de todas as funções que desempenha na empresa, o que foi aceite, anunciou esta noite a farmacêutica, em comunicado.

Pedro Elias
14 de Dezembro de 2016 às 21:59
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Segundo a Octapharma, a demissão, que já foi aceite, foi apresentada esta quarta-feira, na sequência de uma investigação relacionada com o negócio do plasma, que envolve a farmacêutica, que foi alvo de buscas.

 

"Na sequência das referidas diligências, e de forma a focar-se na resposta às alegações que sobre si recaem, o Exmo Sr. Paulo Lalanda de Castro apresentou ao conselho de administração da Octapharma A.G. a demissão de todas as funções que desempenha na companhia, incluindo as exercidas em Portugal, a qual foi aceite", refere o comunicado enviado hoje à noite à agência Lusa.

Paulo Lalanda de Castro, responsável pela Octapharma em Portugal, é arguido no processo "Operação Marquês", que investiga o antigo primeiro-ministro José Sócrates por suspeita de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito.

 

No comunicado hoje enviado à Lusa, a Octapharma refere que na terça-feira "ocorreram buscas nas instalações da empresa na zona da Grande Lisboa".

 

"No âmbito destas diligências a empresa colaborou, como o sempre o faz, com as autoridades, prestando todas as informações que lhe foram solicitadas. A empresa mantém, naturalmente, essa mesma disponibilidade em eventuais diligências futuras", salientou.

 

Quatro arguidos, incluindo o ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e do INEM, que está detido, constituem o balanço da investigação sobre o negócio do plasma sanguíneo.

 

Luis Cunha Ribeiro foi detido na terça-feira, no decorrer da investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ e do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, que investiga factos susceptíveis de se enquadrarem na prática de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.

 

Foram realizadas mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, duas buscas em escritórios e locais de trabalho de advogados e outras em território suíço.

 

"No inquérito investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inactivado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", referiu na altura a PGR.

 

Para o efeito, "um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro", acrescentou.

 

Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015 e os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões com a ajuda de terceiros.

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