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Exclusivo do negócio do sangue retirado aos privados

O Governo deve emitir ainda esta semana o despacho que obriga os hospitais públicos a recorrerem em primeira instância ao IPST para compra de plasma e derivados, avança o Público.

Ricardo Castelo
Negócios 20 de Dezembro de 2016 às 08:58
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O Instituto Português de Sangue e Transplantação (ISPT) vai passar a ser o primeiro recurso para os hospitais públicos portugueses que precisem de comprar plasma e derivados de sangue, levando a que o país deixe de estar totalmente dependente de fornecedores estrangeiros.

De acordo com a edição do jornal Público desta terça-feira, 20 de Dezembro, essa orientação será dada por despacho do Ministério da Saúde, a publicar ainda esta semana, sendo no entanto necessário um período de transição para que a medida seja implementada, permitindo ao ISPT ter condições para tratar todo o plasma dos dadores nacionais.

A decisão surge na semana seguinte a ter sido desencadeada a operação judicial "O negativo", que resultou na detenção do ex-administrador da farmacêutica Octapharma, Paulo Lalanda de Castro, e de Cunha Ribeiro, o antigo presidente do INEM, por suspeitas de favorecimento da multinacional no negócio do plasma.

O jornal refere ainda que o negócio deste componente do sangue rendeu à Octapharma mais de 250 milhões de euros em cerca de oito anos, período em que manteve o monopólio do fornecimento aos hospitais alegadamente por haver poucas empresas especialistas nesta área.
 
O IPST tem em câmara frigorífica cerca de 120 mil unidades de plasma, que será necessário submeter a fraccionamento para obter os componentes necessários à produção de medicamentos para combate a várias doenças, entre as quais a infecção VIH/Sida.

Há duas empresas estrangeiras, além da Octapharma, candidatas na "negociação privilegiada entre concorrentes" para o fraccionamento do plasma, um concurso que se tem arrastado.

O instituto começou a inactivar (tornar seguro) plasma em 2013 através de um método próprio mas só conseguiu distribuir 1.600 unidades aos hospitais. Outras 16.000 unidades chegaram aos hospitais inactivadas com um método da Octapharma, e que tem de ser comprado à farmacêutica.
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