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Panama Papers: Ramón Fonseca diz que os documentos foram roubados da firma

O co-fundador da Mossack Fonseca garante que o caso "Papéis do Panamá" não foi fruto de uma fuga de informação mas sim de um ataque de "pirataria".

Reuters
06 de Abril de 2016 às 10:28
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A firma de advogados que está no centro da fuga de informação que expôs centenas de altas figuras de todo o mundo garante que os documentos que serviram de base à investigação "Papéis do Panamá" foram roubados por alguém de fora da empresa. A firma diz-se "vítima" de um ataque de "pirataria" e já apresentou queixa às autoridades.

Numa entrevista à Reuters, o co-fundador da Mossack Fonseca, Ramón Fonseca, garantiu que a empresa nunca violou nenhuma lei e nunca ajudou ninguém a fugir aos impostos ou a lavar dinheiro. Também nunca destruiu quaisquer documentos, já que as suas operações eram todas "legais".

Os e-mails da firma, cujos extractos foram publicados no âmbito da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, foram "tirados do contexto" e mal interpretados, assegura o responsável.

"Descartamos a possibilidade de ter sido alguém dentro da empresa. Isto não foi uma fuga. Foi pirataria", acusou Ramón Fonseca, de 63 anos, na entrevista à agência noticiosa. "Temos uma teoria e estamos a segui-la", frisou.

O co-fundador da Mossack Fonseca lamenta aquilo que chama de activismo jornalístico e sensacionalismo, exaltando as suas próprias credenciais de investigação como romancista no Panamá.

"O único crime que tem sido provado é a pirataria", insistiu Fonseca. "Ninguém fala sobre isso, mas essa é que é a história".

À Reuters, o advogado explicou ainda que criar uma empresa custa entre 700 e 1.000 dólares, sendo que uma parte significativa da remuneração vai para o Governo. A Mossack Fonseca criou cerca de 250 mil empresas ao longo dos últimos 40 anos.

França anunciou, na terça-feira, que vai voltar a incluir o Panamá na sua lista negra de países que não colaboram no combate à evasão fiscal e pedir à OCDE que siga o seu exemplo.

Alvaro Aleman, chefe de gabinete do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, disse, em conferência de imprensa, que o Governo poderá responder com medidas similares contra França ou qualquer outro país que siga o seu exemplo.

 

"Isto é uma tempestade tropical, como aquelas que temos aqui no Panamá. Assim que passam, regressa o sol", comparou Fonseca. "Garanto que não vamos ser considerados culpados de nada".

 

Na terça-feira, em entrevista ao Financial Times, o advogado garantia que o caso não passa de "uma caça às bruxas"

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