Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Papéis do Panamá: PSD quer saber que medidas vai o Governo tomar

O PSD questionou o Governo sobre quais as diligências que tomou ou pretende tomar na sequência da divulgação do caso "Papéis do Panamá" para saber se existem eventuais "comportamentos lesivos" para o Estado.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
05 de Abril de 2016 às 19:13
  • ...

"No que se refere concretamente a Portugal, as notícias indiciam que poderão existir particulares e empresas envolvidas nas operações agora expostas, o que a confirmar-se constituirá um factor adicional de apreensão", refere o PSD no requerimento entregue esta terça-feira na Assembleia da República e assinado pelos deputados Teresa Leal Coelho e António Leitão Amaro.

 

No documento, o PSD sublinha que ao contrário do que aconteceu com outros governos, o executivo português "ainda não se pronunciou ou informou de quaisquer diligências realizadas por si ou pelas entidades sob sua direcção ou superintendência", incluindo a Autoridade Tributária Aduaneira.

 

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou hoje que o Governo está a acompanhar o caso e que, se se verificarem situações que envolvam Portugal, estas serão remetidas para o Ministério Público.

 

Na segunda-feira, o Ministério Público referiu que estava a analisar os elementos divulgados pela investigação internacional e que se daí resultarem factos que configurem crime, não deixará de abrir inquérito.

 

O envolvimento de Portugal no escândalo está quantificado, por enquanto, em 34 pessoas, segundo informação divulgada hoje no sítio na internet do jornal Irish Times.

 

Este meio irlandês especificou que, a par destes beneficiários do esquema de fuga ao fisco, existem 244 empresas, com 255 accionistas.

 

A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

 

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de actividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas "offshore" em mais de 200 países e territórios.

 

A partir dos Papéis do Panamá (Panama Papers, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em "offshores" e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.

 

O semanário Expresso e o canal de televisão TVI estão a participar nesta investigação em Portugal.

Ver comentários
Saber mais PSD Teresa Leal Coelho António Leitão Amaro Autoridade Tributária Aduaneira Manuel Caldeira Cabral Governo Ministério Público Irish Times Mossack Fonseca Panamá Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio