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Papéis do Panamá: Ministro islandês da Agricultura nomeado chefe de Governo

Os partidos de direita no poder na Islândia, abalados pelo escândalo "Papéis do Panamá", que provocou a queda do primeiro-ministro e levou milhares de islandeses à rua, designaram o ministro da Agricultura e Pescas como chefe do Governo.

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07 de Abril de 2016 às 00:22
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Num acordo alcançado esta quarta-feira entre o Partido do Progresso e o Partido da Independência, Sigurdur Ingi Johannson, 53 anos, substitui Sigmundur Gunnlaugsson, 41 anos, como chefe de Governo, anunciou ao parlamento islandês um membro da maioria.

 

Na véspera, o jornal britânico The Guardian e a agência Reuters sublinhavam já que o ministro Johannsson, com a tutela da Agricultura e Pescas, poderia assumir a chefia do Executivo islandês caso a demissão do ainda primeiro-ministro fosse confirmada.

 

Sigmundur Gunnlaugsson, recorde-se, apresentou na terça-feira, 5 de Abril, um pedido de demissão ao Presidente do país, Olafur Ragnar Grimsson, que ficou de decidir se aceitaria ou não a saída do governante. A razão para o pedido de demissão foi o seu alegado envolvimento no caso Panama Papers – os Papéis do Panamá.

 

Confirma-se assim que Sigmundur Gunnlaugsson é mesmo a primeira vítima política da fuga de informação relacionada com os esquemas de fuga ao fisco denunciados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação. 

 

Na segunda-feira, Gunnlaugsson tinha excluído demitir-se após a revelação de que possuía bens dissimulados num paraíso fiscal, no âmbito da publicação dos Papéis do Panamá – o que levou à rua milhares de manifestantes em cólera.

 

A oposição de esquerda exigiu o seu afastamento logo após a divulgação dos documentos, onde se referia que terá criado em 2007 uma sociedade com a sua mulher nas ilhas Virgens britânicas para gerir a sua fortuna.  

 

O caso estava a revelar-se particularmente sensível num país ainda marcado pelos escândalos da década de 2000 que envolveram o sector financeiro e pelo colapso económico registado em 2008.

 

De acordo com os documentos publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), Gunnlaugsson deteria 50% da sociedade envolvida até ao final de 2009. Quando foi eleito pela primeira vez deputado, em Abril de 2009, na qualidade de líder do Partido do Progresso, omitiu essa participação na sua declaração de património. 

 

Islândia organiza eleições antecipadas no Outono

 

O novo chefe do governo islandês anunciou esta noite que vão ser organizadas eleições legislativas antecipadas no Outono. "Prevemos organizar as eleições no Outono", afirmou Sigurdur Johannsson.

Na terça-feira à noite, horas depois de Sigmundur Gunnlaugsson ter apresentado a sua demissão, o gabinete do então ainda primeiro-ministro divulgou um comunicado salientando que o governante não tinha renunciado ao cargo – tinha, sim, pedido um afastamento por tempo indeterminado.

 

Com a marcação de novas eleições legislativas, o afastamento de Gunnlaugsson é assim tornado efectivo e não temporário. 



(notícia actualizada à 01:08)

 

 

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