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Partido Pirata da Islândia com 43% das intenções de voto

A subida nas sondagens ocorre depois de o escândalo dos chamados "Papéis do Panamá" ter revelado contas em paraísos fiscais de vários empresários e políticos islandeses, incluindo o primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson, que se demitiu na terça-feira.

Bloomberg
11 de Abril de 2016 às 14:42
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O Partido Pirata da Islândia, fundado em 2012 como movimento de protesto, está actualmente em posição de vir a entrar no governo, com os eleitores, cansados do sistema político e financeiro, a atribuírem-lhe 43% das intenções de voto.

 

Nas eleições legislativas de 2013, o Partido Pirata obteve 5,1% dos votos e elegeu três deputados, tornando-se o primeiro partido pirata do mundo a ter representação parlamentar.

 

A subida nas sondagens ocorre depois de o escândalo dos chamados "Papéis do Panamá" ter revelado contas em paraísos fiscais de vários empresários e políticos islandeses, incluindo o primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson (na foto), que se demitiu na terça-feira.

 

Como outros partidos piratas, o Partido Pirata da Islândia defende uma reforma do direito de autor, maior liberdade de partilha de ficheiros na internet, a defesa das liberdades cívicas e mais transparência na política.

 

"Não podemos prever se [o apoio dos eleitores] vai continuar assim ou não, mas vemos que as pessoas gostam do nosso estilo, da nossa abordagem", disse à agência France Presse Asta Gudrun Helgadottir, uma das deputadas do partido no parlamento.

 

Birgitta Jonsdottir, 48 anos, activista do portal Wikileaks e poetisa, fundou o partido em 2012, depois da dissolução do Movimento Cidadão, outro pequeno partido defensor da democracia direta pelo qual tinha sido eleita para o parlamento em 2009.

 

A ideia "pegou logo", segundo a professora de Ciência Política da Universidade de Reiquejavique Stefania Oskarsdottir.

 

Depois da eleição de três deputados, o partido continuou a surpreender os observadores políticos, conseguindo muito mais apoio político que outros chamados partidos de protesto criados após a grave crise financeira de 2008.

 

Para os seus militantes, a razão é o que os diferencia dos partidos tradicionais.

 

"Noutros partidos, quando és jovem e te queres envolver na política, começas por ouvir os discursos dos líderes e aplaudir. Aqui não é assim. Toda a gente participa, toda a gente pode apresentar propostas e elas são debatidas", disse Karl Hedinn, um militante de 21 anos.

 

O partido tem uma estrutura horizontal, em que a única hierarquia é a existência de uma comissão executiva, constituída por sete membros, sete suplentes e uma presidência rotativa.

 

"Esta estrutura é a força mas também a fraqueza do Partido Pirata", considerou a professora de Ciência Política. "Têm de ter pessoas competentes para funcionar, caso contrário é complicado. Em política tem de se ser bastante organizado para que no dia das eleições os eleitores votem mesmo", acrescentou.

 

Para a especialista, o voto no Partido Pirata é uma excelente forma de marcar uma posição, mas com o evoluir da campanha os eleitores vão querer mais, como o tipo de alianças políticas que o partido pode vir a fazer, num país onde nenhum país obteve uma maioria parlamentar desde a independência, em 1944.

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