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Imposto sobre lucros extra das petrolíferas renderia apenas um milhão, diz Medina
No debate da proposta de OE, o Bloco de Esquerda insistiu na criação de um imposto sobre os lucros extraordinários das petrolíferas, mas o ministro das Finanças desvalorizou. Uma medida semelhante à italiana renderia apenas um milhão de euros aos cofres do Estado, estimou.
O ministro das Finanças desvalorizou o efeito de um imposto sobre o lucro extraordinário das petrolíferas, considerando que, se a medida avançasse à semelhança do que aconteceu inicialmente em Itália, traria apenas um milhão de euros de receita.
No Parlamento, na discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022, a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua defendeu uma taxa sobre os lucros extraordinários e inesperados das empresas com a inflação, como as petrolíferas, tal como já aconteceu noutros países, como Itália.
Segundo o ministro, as empresas italiana conseguiram escapar na malha do imposto, que apenas deverá render aos cofres italianos cerca de 10 milhões de euros.
Comparando o setor energético italiano com o de Portugal, Fernando Medina admitiu que uma medida semelhante traria apenas cerca de um milhão de euros aos cofres do Estado.
Depois, Mariana Mortágua lembrou que, embora a Itália tenha começado com uma taxa de 10%, acabou por subir o imposto para 25%. Mas que, além de Itália, também a Bélgica, a Roménia, a Bulgária têm taxas deste género. E que Reino Unido e Espanha estão a debater o assunto. A deputada do Bloco lembrou que tanto o FMI, como a OCDE, recomendam estes impostos.
"Não pode pegar numa medida que está a ser levada a sério por organizações internacionais e governos porque não tem vontade política para o fazer. Se não quer taxar, não quer", criticou.