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Centenas de nomeações no IEFP provocam dez queixas nos tribunais

São pelo menos dez os dirigentes que avançaram para tribunal depois de terem sido afastados dos seus cargos no Instituto de Emprego e Formação Profissional, onde já foi substituída mais de uma centena de dirigentes.

Miguel Baltazar/Negócios
22 de Agosto de 2016 às 08:46
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São pelo menos dez os dirigentes que avançaram para tribunal depois de terem sido afastados dos seus cargos no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), exigindo que a sua exoneração seja anulada, de acordo com o levantamento feito pelo jornal Público nos tribunais fiscais e administrativos.

Desde que o Governo tomou posse, o Instituto tem sido sujeito a uma série de substituições. Primeiro, no final do ano passado, foi a maioria dos dirigentes de topo, nomeados pelo anterior governo na sequência de um concurso da Cresap.

Depois, em Fevereiro, a nova composição do Conselho Directivo decidiu a substituição de mais de uma centena de dirigentes intermédios, incluindo muitos directores de centros de emprego, tal como o Negócios avançou em Março. Contra a decisão esteve o então presidente do IEFP, Jorge Gaspar, nomeado pelo anterior governo, e que acabaria por se demitir em Maio, tendo sido substituído por António Valadas da Silva.

O levantamento feito pelo jornal Público mostra agora que há pelo menos dez processos a correr contra o Estado por causa destas demissões, alguns deles movidos por dirigentes que tinham sido seleccionados pela Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública (Cresap).

É o caso de Francisco d’Aguiar, membro do conselho directivo do IEFP entre 2012 e 2015, de Carlos Baía, nomeado em 2012 delegado regional do Algarve, lugar que confirmou com uma comissão de serviço em Janeiro de 2015, ou de Pedro Amaro, que dirigia a delegação regional do Centro do IEFP desde o início de 2015. César Ferreira (delegado regional do norte) João Sarmento (subdelegado regional do Norte) ou José Pimenta (subdelegado regional do Centro) também estão entre os ex-dirigentes que moveram um processo, bem como três directores de centros de emprego.

Os afastamentos foram muitas vezes justificados com a necessidade de imprimir "uma nova orientação à gestão dos serviços". Eduardo Castro Marques, advogado da sociedade que está a acompanhar oito destes processos – o escritório Nuno Cerejeira Namora, Pedro Marinho Falcão & Associados – argumenta em declarações ao jornal que partes destes dirigentes passaram por um processo de selecção considerado independente (pela Cresap) e que a justificação apresentada para as exonerações é "ilegal". Os advogados exigem que o acto de exoneração seja declarado "nulo" já que as funções que os dirigentes exerciam "não eram políticas, mas sim técnicas".

O Estado já contestou e os dirigentes apresentaram novos argumentos, não se esperando que os processos demorem menos de um ano a ficar resolvidos.

Com a mesma justificação, o Governo já substituiu as direcções do Instituto da Segurança Social, do Instituto de Informática ou da Direcção-Geral para a Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas (o INA).

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