Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Afinal, haverá concursos para integrar precários

Mário Centeno esclarece que os concursos serão a “norma” na administração pública, ao contrário do que tinha sugerido o primeiro-ministro. A solução será diferente na administração central e no sector empresarial do Estado.

Bruno Simão/Negócios

Afinal, a integração dos precários da administração pública vai depender do resultado de concursos concluídos até final de 2018. A questão foi esclarecida esta quarta-feira, 5 de Abril, pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, que assim contraria a ideia deixada esta terça-feira pelo primeiro-ministro.
 

"Prevemos que até Outubro seja feito o trabalho das comissões" que vão analisar as situações em cada Ministério "e que depois se proceda a uma sequenciação", começou por dizer o ministro das Finanças, numa audição no Parlamento.

"Há situações que vão obviamente ser solucionadas através de concurso e o objectivo era que esteja concluído até 2018", acrescentou. O ministro das Finanças sublinhou que é necessário evitar que o processo sofra "atropelos" que podem levar a "atrasos enormíssimos na sua implementação".


Mário Centeno confirmou ainda que, tal como já prevê a lei do Orçamento do Estado, a experiência na função será valorizada.


"Nos processos que seguirem a via concursal – e essa é a norma na administração pública – a experiência concreta nas funções a desempenhar será tida em conta", disse o ministro das Finanças.


A secretária de Estado da Administração Pública, Carolina Ferra, explicou, por seu lado, que o processo vai ser diferente consoante se trate de trabalhadores da administração central ou do sector empresarial.

Se o processo vai abranger "trabalhadores do sector empresarial do Estado e da Administração Central temos logo aqui dois quadros diferentes de resolução", ou seja, o Código do Trabalho e a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, respectivamente.


No caso dos falsos recibos verdes, "se num quadro que é Código do Trabalho se impõe observar os critérios de laboralidade", quando em causa estiverem pessoas a trabalhar na administração central serão assumidos outros pressupostos, que constam da lei do orçamento. "Aí já se aponta, e bem, os tais indícios. Onde haja pessoas subordinadas ao poder hierárquico, disciplina, direcção", com horário completo e sem o adequado vínculo jurídico.

 

Na semana passada, quando explicou ao Negócios as linhas gerais deste processo, uma fonte do Governo admitiu a existência de concursos, mas não descreveu em detalhe esta segunda fase do processo. Esta terça-feira, em entrevista à Rádio Renascença, o primeiro-ministro deu a entender que não seriam necessários concursos para garantir aos precários um contrato estável no Estado.

O PSD acusou esta quarta-feira o Governo de "oportunismo político" neste processo, que ainda decorrerá durante as eleições autárquicas.


Ver comentários
Saber mais Mário Centeno ministro das Finanças Código do Trabalho Estado da Administração Pública Orçamento do Estado Funções Públicas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio