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UTAO: Estado precisará de mais 700 milhões de euros este ano

A UTAO destaca o aumento das necessidades de financiamento em cerca de 700 milhões de euros, como resultado da recapitalização da CGD. O Estado deverá conseguir mais financiamento com dívida colocada no retalho junto de aforradores nacionais.

Bruno Simão/Negócios
12 de Outubro de 2016 às 16:59
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O Governo precisará de mais 700 milhões de euros este ano, destaca a UTAO numa análise ao plano de financiamento apresentado a investidores em Setembro. A revisão resulta de uma recomposição da estratégia do tesouro, que inclui mais dinheiro para a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, uma redução das amortizações ao FMI que o Negócios já tinha avançado, e um aumento de amortizações de outra dívida pública de médio e longo prazo. As necessidades adicionais serão garantidas por dívida de retalho, avançou também o Negócios no início de Setembro.

"As necessidades de financiamento do Estado para 2016 foram revistas em alta. De acordo com a apresentação aos investidores do dia 22 de Setembro, elaborada pelo IGCP, as necessidades de financiamento do Estado deverão situar-se nos 23,7 mil milhões de euros, o que representa uma revisão em alta de 700 milhões de euros face à versão de Julho de 2016", lê-se na nota mensal de análise à dívida pública elaborada pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e distribuída aos deputados esta quarta-feira, 12 de Outubro.

Segundo os técnicos parlamentares, o aumento "é resultado da revisão em alta da despesa líquida com activos financeiros de 0,1 mil milhões de euros para 2,8 mil milhões de euros devido, sobretudo, ao novo programa de capitalização da CGD", escreve a UTAO. O plano de recapitalização da CGD chega a 2,7 mil milhões de euros. Não sendo ainda certo se a operação ocorre este ano, dificilmente a recapitalização poderá ser adiada para tarde em 2017. Nesse cenário o dinheiro fica já salvaguardado.

Na apresentação aos investidores analisada pela UTAO, o IGCP, o organismo que gere a dívida pública, dá ainda conta de uma alteração na estratégia de amortização de dívida pública que, ao todo, implicará menos dois mil milhões de euros de amortização de dívida de médio e longo prazo, que permitirá compensar parcialmente as necessidades resultantes da CGD, implicando no entanto a necessidade de aumentar o financiamento do ano em 700 milhões de euros.

O principal contributo para a redução das amortizações de dívida a fazer este ano é uma travagem nas amortizações antecipadas ao FMI, tal como já tinha sido avançado pelo Negócios, ficarão pelos 6 mil milhões de euros, menos 2,6 mil milhões de euros que o esperado em Julho.


Os técnicos parlamentares destacam ainda que, em sentido contrário ao que se passa este ano, "as necessidades de financiamento do Estado de 2017 foram revistas em baixa, em consequência da amortização prevista de títulos de médio e longo prazo se ter reduzido de 7,9 mil milhões de euros para 7,4 mil milhões de euros".

Na mesma apresentação, o IGCP avança com um défice orçamental do subsector Estado no próximo ano em torno dos 3,6 mil milhões de euros, um valor que ronda os 1,9% do PIB.

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