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Finanças: Défice fica “abaixo de todas as estimativas do FMI”
O Ministério das Finanças reagiu à publicação da quinta avaliação pós-programa por parte do FMI, notando que o Fundo se foi aproximando das previsões do Governo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) assume esta quarta-feira, 22 de Fevereiro, uma previsão mais optimista sobre o défice orçamental português, embora sublinhe várias dúvidas em relação à sustentabilidade dos resultados. Em resposta, o Governo português aponta para a evolução das previsões económicas dos técnicos do FMI, que ainda em Setembro esperavam um défice de 3% do PIB em 2016 e agora já admitem o cumprimento da meta da Comissão Europeia (2,5%).
Em comunicado, o Ministério das Finanças diz que "vale a pena registar a evolução das previsões do Fundo", publicando depois uma tabela com esses mesmos valores. "O défice não ultrapassará os 2,1% do PIB em 2016, abaixo de todas as estimativas do FMI, sendo o mais baixo desde 1974", pode ler-se no comunicado do Ministério liderado por Mário Centeno. "A meta orçamental será alcançada sem recurso a medidas extraordinárias. O saldo primário - acima de 2% do PIB - será o terceiro mais elevado da UE e o mais elevado em Portugal desde 1992."
Além da resposta acerca do défice, o Governo também deixa críticas à gestão do programa de ajustamento, no qual o FMI tinha responsabilidades. Ao dizer que o relatório do FMI fala da necessidade de fortalecer a banca, as Finanças lembram que o sector financeiro "foi negligenciado durante o Programa de Assistência entre 2011-2014". "Em 2016 e já no início de 2017 o sistema bancário português conseguiu estabilizar as suas estruturas accionistas e atrair novo capital", acrescentam.
O Governo sublinha também o facto de o FMI reconhecer que Portugal tem capacidade para reembolsar o Fundo e acrescenta que o relatório publicado hoje ainda não reflecte o reembolso antecipado de 1,7 mil milhões de euros, realizado na semana passada. "Com esta operação metade do empréstimo do FMI foi pago."