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Centeno: “Mercados precisam que os reasseguremos dos nossos compromissos”

Mário Centeno defendeu, em entrevista à CNBC, que é necessário comunicar com os mercados para os assegurar do compromisso com o processo de consolidação orçamental.

12 de Fevereiro de 2016 às 10:08
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O ministro das Finanças voltou a tentar mostrar aos investidores que Portugal irá continuar com o processo de consolidação orçamental. Numa entrevista à CNBC, Mário Centeno revelou que "é necessário agir" relativamente à "pressão dos mercados".

"Estamos a seguir os desenvolvimentos [do mercado] e precisamos de agir, precisamente comunicando com os mercados o nosso profundo compromisso com o processo de consolidação orçamental", referiu o ministro das Finanças. Questionado sobre se a adopção de medidas como a redução do horário da função pública de 40 para 35 horas semanais não poderia ser vista como uma reversão do que tinha sido feito nos últimos anos, Centeno explicou que essa medida "será implementada com condições muito restritas no custo para as finanças públicas".

Sobre a manutenção do "rating" num nível que permita à dívida portuguesa continuar a ser incluída no programa de compras do BCE, o ministro das Finanças disse que "queremos melhorar a forma como o mercado nos vê". E que isso "requer um compromisso e uma execução muito rigorosos em termos orçamentais e iremos fazê-lo". A DBRS é a única agência a manter o "rating" de Portugal acima de lixo, mas têm aumentado os receios de que possa penalizar a notação do país no final de Abril.

O Novo Banco e a TAP

Mário Centeno revelou ainda, em relação ao caso do Novo Banco, que "temos de ir para o mercado e explicar que se tratou de um evento único". No final do ano passado, o Banco de Portugal decidiu passar cinco séries de obrigações do Novo Banco para o BES, o que causou perdas a grandes gestoras de activos que têm também actividade no mercado de dívida nacional, como a Blackrock e a Pimco, por exemplo.

"Toda a gente sabe que foi uma decisão do Banco de Portugal", disse Centeno. E a solução passa agora por "trabalhar em conjunto com o BCE e com o sector financeiro português para garantir que este tipo de evento não volte a ocorrer".

Outra das questões da CNBC sobre decisões que podem ter prejudicado o sentimento dos investidores foi relativa à TAP. "Não alterámos a natureza da companhia enquanto empresa privada. Continuará a sê-lo e a presença do Governo está restringida a questões estratégicas", explicou Centeno.

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