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Centeno não vê razão para que ritmo de redução da dívida pública seja tão lento

O governador do Banco de Portugal defende que bom momento de ciclo económico deve servir para reduzir mais o défice e a dívida publica, tendo em conta que a privada está a diminuir a um maior ritmo.

O Boletim Económico da entidade liderada por Mário Centeno aponta para uma estagnação este ano e para um travão a fundo no próximo ano. Empresas podem reduzir investimento.
Sergio Lemos
24 de Março de 2023 às 17:00
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O governador do Banco de Portugal não encontra justificação para que a dívida pública em percentagem do PIB não tenha registado um ritmo de redução semelhante à privada, dada a conjuntura económica e as condições das finanças públicas.

Reconhecendo que Portugal conseguiu "mais do que muitos países europeus" depois da crise das dívidas soberanas de 2011-2013, ao reduzir o peso no produto interno bruto, "é verdade que [a dívida pública] tem diminuído mais lentamente do que as privadas", sublinhou na conferência de imprensa de apresentação do boletim económico de março. E esse, continuou Mário Centeno, "é um desequilíbrio que não podemos continuar a ter".


O ex-ministro das Finanças referiu que para "o ritmo de redução da dívida pública, não há nenhuma justificação económica e financeira para que não seja superior neste momento ao da dívida privada", lembrando que "foi a dívida pública que respondeu à crise da covid."


De acordo com os dados conhecidos esta sexta-feira, a dívida pública fixou-se em 113,9% do PIB em 2022, 11,5 pontos percentuais abaixo do ano anterior e abaixo dos 115% previstos pelo Governo no Orçamento do Estado para este ano.

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