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Medina vê economia a crescer 1,8% neste ano e coloca agora défice nos 0,4%
Redução da dívida prevista pelo ministro das Finanças será mais ambiciosa, para 107,5% do PIB.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, acompanha as previsões do Banco de Portugal e revê em alta a projeção de crescimento real da economia em 2023, para 1,8%, e já não 1,3%, como antecipava na proposta de Orçamento para 2023.
"Este crescimento mais elevado em 2023 resulta de uma inversão dos papéis relativamente à dinâmica das importações e das exportações. O grande motor que temos desta alteração é um maior dinamismo do nosso setor exportador e uma maior capacidade de fazer valer a nossa balança comercial", indicou o governante na apresentação do Programa de Estabilidade 2023-2027, enviado nesta segunda-feira para a Comissão Europeia e para o Parlamento.
A melhoria das projeções vai apoiar objetivos mais ambiciosos também para a redução do défice, que Medina vê agora nos 0,4% do PIB, em linha com o défice alcançado em 2022, ao invés de 0,9%.
Assim, o Governo estabiliza o défice face ao valor de 2022 (-0,4% do PIB).
Para a dívida pública, a meta do Governo desce de 110,8% do PIB para 107,5% do PIB.
O Governo antecipa agora um ritmo mais rápido de redução da dívida até 2027, esperando uma decida abaixo dos 100% do PIB (99,2% do PIB) em 2025, um ano mais cedo do que esperava em abril do ano pasado.
Face os 113,9% do PIB de endividamento público alcançados no ano passado, a expectativa é que que a dívida em percentagem do PIB se reduza em 22 pontos percentuais ao longo de cinco anos.
Num cenário sem este esforço, mantendo os 113,9% do PIB, o agravamento de custos no serviço da dívida atingiria seis mil milhões de euros, de acordo com Fernando Medina.
A revisão do cenário macroeconómico para 2023 mostra uma tendência geral mais positiva, segundo Fernando Medina, ainda que com algum agravamento face aos objetivos de há seis meses para a inflação e taxa de desemprego.
Para este ano, o Governo espera agora uma inflação média de 5,1% (4% o Orçamento para 2023), mas com as subidas de preços a abrandarem de forma sustentada a partir de abril, na avaliação do Ministério das Finanças.
A taxa de desemprego esperada surge ainda um pouco mais elevada, nos 6,7%.
Do ponto de vista da evolução dos juros, o ministro das Finanças espera que o pico destes custos para empresas e famílias seja alcançado no segunda metade do ano, com a Euribor junto dos 3,8%.