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Pode a Grécia entrar em bancarrota e ficar no euro? Pode, é um "Grimbo"

Depois do "Grexit" em 2012, o Citigroup volta a cunhar uma nova expressão: o "Grimbo", cenário em que, a Grécia continua no euro mesmo sem acordo com os parceiros europeus.

Reuters
23 de Abril de 2015 às 12:06
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Pode a Grécia entrar em bancarrota, não fechar o acordo com os parceiros europeus e continuar no euro? Pode e a isso o Citigroup chama-lhe um "Grimbo", a junção de Grécia mais limbo.

 

Foi o Citigroup que cunhou em 2012 o termo "Grexit" para caracterizar o risco então iminente da saída de Atenas da Zona Euro. Foi neste ano que foi acordada uma reestruturação da dívida helénica e ficou fechado o segundo resgate.

 

Agora volta a cunhar uma nova expressão num momento delicado para Atenas: o "Grimbo", que configura dois "cenários cinzentos onde a Grécia não vai obter dinheiro dos parceiros europeus e não existe uma resolução num período alargado", disse à Bloomberg o economista do Citigroup, Ebrahim Rahbari.

 

No primeiro cenário, Atenas e os parceiros europeus chegam a acordo, mas só após a imposição de controlos de capital e de um possível incumprimento de pagamentos.

 

Isto poderá acontecer se as negociações se arrastarem até o momento em que, por exemplo, o Banco Central Europeu (BCE) pressionar a Grécia ao impor restrições à linha de emergência de liquidez (programa ELA) para os bancos gregos.

 

"O choque pode dar uma motivação extra a ambos os lados para concluir as negociações", argumenta o banco norte-americano numa análise enviada aos seus clientes.

 

No segundo cenário, o "Grimbo" também poderá acontecer se não houver novo acordo com os parceiros europeus, se o Governo entrar em bancarrota, se forem introduzidos controlos de capital e se forem emitidas promissórias, mas ainda assim a Grécia continua dentro do euro.

 

"Ao longo do tempo, o enfraquecimento da situação de liquidez e em particular as restrições no levantamento de depósitos nos bancos, iriam aumentar significativamente a pressão sobre o Governo grego, podendo provocar nova eleições", escreve o Citigroup.

 

"Isso poderia levar a um novo resgate dentro da Zona Euro ou a uma possível Grexit, mas isto ainda poderia deixar a Grécia no limbo durante um período alargado de tempo", sublinham.

 

Avisa também que o Grexit não vai acontecer de um dia para o outro, pois "pode não ser o resultado mais provável no curto prazo, mas será muito provavelmente o resultado de um longo processo".

 

Governo e bancos gregos têm dinheiro até Junho

 

Na mesma análise enviada aos seus clientes, o Citigroup antevê, além do "Grimbo", os quatro principais cenários para os próximos meses. No primeiro, Atenas e os parceiros europeus chegam a acordo. Depois, um acordo é fechado, mas somente depois da imposição de controlo de capitais e/ou de uma bancarrota da Grécia.

 

No terceiro cenário, não há nenhum acordo, o Governo entra em bancarrota, são impostos controlos de capitais e mesmo assim não há nenhuma saída da Grécia do euro. Por último, a Grécia sai efectivamente do euro, com uma bancarrota do Governo, sem acesso ao fundo de emergência de liquidez do BCE, com controlo de capitais e sem acordo com os parceiros europeus.

 

O Governo grego e os bancos do país vão ter dinheiro até Junho, diz o Citigroup que considera que não vai haver acordo no Eurogrupo de 11 de Maio e que Atenas vai efectuar o pagamento de dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a 12 de Maio.

 

No entanto, o banco deixa um alerta para os próximos tempos. "Existem muitas incertezas sobre a posição orçamental e financeira grega e a disponibilidade do BCE em continuar a providenciar a linha de emergência de liquidez aos bancos gregos".

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