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Paul Krugman diz que "austeridade foi completamente" inútil na Grécia

O prémio Nobel da Economia recorre à evolução da dívida pública e do PIB na Grécia para concluir que mais do que uma subida da dívida se verificou um "colapso do PIB", algo que decorreu do programa de austeridade aplicado no país. Para Krugman, a austeridade foi completamente inútil na Grécia.

Bloomberg
07 de Julho de 2015 às 18:52
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No mais recente texto publicado no blogue no New York Times, o prémio Nobel da Economia começa por insistir na ideia de que a saída da Grécia do euro é o caminho mais provável tendo em conta a actual situação.

 

Krugman realça que o programa de assistência grego ficará para a história como um falhanço épico. E lembra que em 2009, antes da aplicação do primeiro memorando, a dívida pública grega era de 126% do PIB, para cinco anos volvidos ser de 177% face ao produto.

 

O colunista daquele jornal norte-americano sublinha que tal evolução não se deveu à continuação de políticas de endividamento das autoridades helénicas, mas ao "colapso do PIB" decorrente da aplicação do programa de austeridade imposto pela troika. Recorrendo a um gráfico, Paul Krugman explica que a dívida grega no final de 2014 estava apenas 6% acima do que em 2009.

 

No entender deste economista nobelizado o programa da troika "era, simplesmente, inviável e continuaria a ser inviável independentemente dos sacrifícios que os gregos estivessem dispostos a aceitar". "Quanto mais eles cortarem, pior ficam as coisas", resume.

 

Assumindo que "as reformas estruturais poderiam dar um impulso à competitividade" do país, garante que há "poucas evidências" a mostrar que deve ser esse o caminho.

 

Para Paul Krugman, teria sido melhor para a Grécia dispor de uma moeda própria, o que permitira superar esta crise de forma menos dolorosa mediante a desvalorização monetária. "Se a desvalorização da moeda tivesse sido uma opção, então teria sido necessária muito menos austeridade", assegura. 

 

Krugman conclui que "a austeridade acabou por ser, não apenas incrivelmente dolorosa, mas também completamente inútil", porque não foi "acompanhada de um alívio maciço da dívida".

 

Aqui chegados, o também professor de Economia admite que mesmo que a Grécia tivesse beneficiado de um significativo perdão de dívida, "teria na mesma atravessado o inferno". No entanto, atravessaria o inferno com pelo menos uma esperança de uma saída para a crise, sustenta Krugman. Em vez disso, a Grécia "foi empurrada para um ciclo ainda pior de dor, mas sem esperança". 

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