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Stiglitz votaria "não" no referendo grego

Joseph Stiglitz, prémio Nobel, tece duras críticas à Zona Euro e diz que é difícil dar conselhos, mas ele votaria "não", tal como defendido por Alexis Tsipras. Também Paul Krugman, outro Nobel, tinha referido que se votasse seria no "não".

Bloomberg
29 de Junho de 2015 às 14:12
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Joseph Stiglitz tece duras críticas à União Europeia e à troika por insistirem na mesma receita de política económica que falhou estrondosamente na Grécia e por não valorizarem o espírito democrático do referendo, criando obstáculo – por exemplo por recusarem estender por mais uns dias o prazo do programa de ajustamento grego, que termina amanhã. O Prémio Nobel diz que perante escolhas tão difíceis não é fácil dar conselhos, mas se votasse no referendo agendado para o próximo domingo votaria "não".

 

A disputa em curso neste momento é "muito mais sobre poder e democracia do que sobre dinheiro e economia" escreve no texto de opinião publicado no Project Syndicate, onde critica a falta de sentido de democracia evidenciado pelo líderes europeus, que insistem em recusar a legitimidade de um governo eleito de um país da Zona Euro que se opõe frontalmente às políticas de austeridade dos últimos anos.

 

Na opinião do economista, Alexis Tsipras e o seu governo têm boas razões para querer mudar de rumo. "É espantoso que a troika recuse aceitar responsabilidade" pelo descalabro económico dos últimos anos e é "ainda mais espantoso que os líderes europeus não tenham aprendido", insistindo em exigir excedentes orçamentais primários (3,5% do PIB em 2018) que empurrarão o país para mais austeridade.  "Mesmo que a dívida grega seja reestruturada para lá do imaginável, o país permanecerá em depressão se os eleitores se comprometerem com o objectivo da troika no referendo deste fim de semana".

 

Perante uma escolha tão difícil, que poderá ditar uma saída do euro com consequências negativas certas no curto prazo, o Nobel diz que "é difícil aconselhar os gregos sobre como votar no dia 5 de Julho. Nenhuma alternativa – aprovação ou rejeição dos termos da troika – será fácil e ambas acarretam riscos", reconhece. Ainda assim optaria por votar contra.

 

De um lado está a promessa de "austeridade quase sem fim" e "talvez" um alívio de dívida e apoio das instituições internacionais. Do outro, o voto pelo não, "deixaria pelo menos aberta a possibilidade da Grécia, com a sua forte tradição democrática, agarrar o seu destino com as suas próprias mão. Os gregos poderiam ganhar a oportunidade de moldar um futuro que, talvez não seja tão próspero como no passado, mas que deixa muito mais esperança que a tortura inconsciente do presente". "Eu sei em como votaria", remata.

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