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Stiglitz votaria "não" no referendo grego
Joseph Stiglitz, prémio Nobel, tece duras críticas à Zona Euro e diz que é difícil dar conselhos, mas ele votaria "não", tal como defendido por Alexis Tsipras. Também Paul Krugman, outro Nobel, tinha referido que se votasse seria no "não".
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Joseph Stiglitz tece duras críticas à União Europeia e à troika por insistirem na mesma receita de política económica que falhou estrondosamente na Grécia e por não valorizarem o espírito democrático do referendo, criando obstáculo – por exemplo por recusarem estender por mais uns dias o prazo do programa de ajustamento grego, que termina amanhã. O Prémio Nobel diz que perante escolhas tão difíceis não é fácil dar conselhos, mas se votasse no referendo agendado para o próximo domingo votaria "não".
A disputa em curso neste momento é "muito mais sobre poder e democracia do que sobre dinheiro e economia" escreve no texto de opinião publicado no Project Syndicate, onde critica a falta de sentido de democracia evidenciado pelo líderes europeus, que insistem em recusar a legitimidade de um governo eleito de um país da Zona Euro que se opõe frontalmente às políticas de austeridade dos últimos anos.
Na opinião do economista, Alexis Tsipras e o seu governo têm boas razões para querer mudar de rumo. "É espantoso que a troika recuse aceitar responsabilidade" pelo descalabro económico dos últimos anos e é "ainda mais espantoso que os líderes europeus não tenham aprendido", insistindo em exigir excedentes orçamentais primários (3,5% do PIB em 2018) que empurrarão o país para mais austeridade. "Mesmo que a dívida grega seja reestruturada para lá do imaginável, o país permanecerá em depressão se os eleitores se comprometerem com o objectivo da troika no referendo deste fim de semana".
Perante uma escolha tão difícil, que poderá ditar uma saída do euro com consequências negativas certas no curto prazo, o Nobel diz que "é difícil aconselhar os gregos sobre como votar no dia 5 de Julho. Nenhuma alternativa – aprovação ou rejeição dos termos da troika – será fácil e ambas acarretam riscos", reconhece. Ainda assim optaria por votar contra.
De um lado está a promessa de "austeridade quase sem fim" e "talvez" um alívio de dívida e apoio das instituições internacionais. Do outro, o voto pelo não, "deixaria pelo menos aberta a possibilidade da Grécia, com a sua forte tradição democrática, agarrar o seu destino com as suas próprias mão. Os gregos poderiam ganhar a oportunidade de moldar um futuro que, talvez não seja tão próspero como no passado, mas que deixa muito mais esperança que a tortura inconsciente do presente". "Eu sei em como votaria", remata.