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Krugman acredita que exemplo da Argentina não deve fazer temer um "Grexit"

O economista norte-americano voltou a escrever sobre a crise grega para defender que o "default" da Argentina não deve fazer temer um cenário de saída da Grécia da moeda única. Para Krugman o maior receio a temer é o "pânico financeiro", que assegura já ter acontecido na Grécia.

Bruno Simão/Negócios
09 de Julho de 2015 às 18:22
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No último artigo publicado por Paul Krugman no seu blogue pessoal associado ao New York Times, o economista norte-americano alega que a melhor esperança de encontrar uma resposta para a eventual concretização do cenário de "Grexit" passa por olhar para a história.

 

Lembrando que é pouco habitual assistir a casos de saída de uma união monetária, o antigo prémio Nobel da Economia recorrer ao "razoável paralelo" fornecido pelo abandono da Argentina da ligação ao dólar no início de 2002.

 

Krugman explica que apesar dos estudos que sugerem que o fim da possibilidade de conversão do peso argentino em dólares norte-americanos implica um "terrível" impacto na economia, pode não ser bem assim.

 

O colunista do New York Times lembra que a economia argentina estava em queda-livre em 2011 ainda antes do fim da ligação ao dólar, problemas provocados, especialmente, pelo colapso do sistema financeiro do país e do subsequente pânico social. Paul Krugman refere que depois a depressão económica da Argentina terminou pouco depois de registada a desvalorização do peso. E recorda que sob uma perspectiva trimestral, o PIB argentino já estava a crescer em meados de 2002 para crescer rapidamente em 2003.

 

Assim, Krugman considera que o declínio económico vivido pela Argentina em 2001 e 2002 deve-se aos efeitos provocados pelo pânico gerado antes da desvalorização cambial depois produzida.

 

O economista nobelizado conclui que a relevância deste exemplo para Grécia "é óbvio". E mesmo reconhecendo que seria mais complexo estabilizar os efeitos decorrentes da saída grega do euro tão rapidamente como aconteceu na Argentina, garante que, "chegados a este ponto, a Argentina não pode ser utilizada como argumento para temer um ‘Grexit’". Até porque, aponta, tal como na Argentina "o pânico financeiro já aconteceu". 

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