Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Municípios e empresas públicas protestam contra "empréstimo forçado" ao Governo de Tsipras

Os responsáveis de empresas públicas e municípios gregos estão reunidos de emergência. Protestam contra a decisão do Governo central de usar as suas reservas financeiras para evitar um incumprimento, ou "default" soberano.

6 de Março – Tsipras em entrevista à Der Spiegel

“O BCE continua a ter a corda no nosso pescoço. Grécia não quer deixar a Zona Euro porque amo a Europa”.
Bloomberg
Negócios 21 de Abril de 2015 às 16:40
  • 21
  • ...

Os responsáveis de empresas públicas e municípios gregos estão reunidos de emergência no rescaldo da decisão de Alexis Tsipras que ordenou a centralização de todas as suas reservas financeiras numa conta comum para ajudar o Governo central a cumprir as suas obrigações financeiras e evitar que o país entre em incumprimento.

Na sequência de um decreto lei publicado nesta segunda-feira, 20 de Abril, os fundos de empresas públicas, hospitais, e as entidades de governo local serão disponibilizados para empréstimos de curto prazo ao Estado. "Com este acto, o Governo espera cobrir necessidades urgentes do Estado que ascendem a três mil milhões de euros nos próximos 15 dias", refere o decreto, que precisa ainda de ser adoptado pelo parlamento.

 

Giorgos Kaminis, presidente do município de Atenas, considera o decreto "inconstitucional" e, segundo o Katherimerini, vários outros responsáveis locais dizem tratar-se de um "empréstimo forçado" sem base legal.

 

"É esta a vossa democracia?" ou "o dinheiro é nosso e fazemos com ele o que quisermos" são alguns dos protestos relatados pela correspondente em Atenas do Guardian.

 

Esta medida surge numa altura em que, quase três meses após as eleições, persiste o impasse em torno das negociações entre Atenas e os credores, que impede o país de receber financiamento adicional por parte dos parceiros europeus e do FMI (7,2 mil milhões de euros). 

 

Este decreto presidencial assenta numa lei que data de 1951 e sugere que a capacidade de a Grécia de sustentar a si mesma está a chegar aos últimos limites.

 

O Governo grego justificou o procedimento alegando "necessidades extremamente urgentes e imprevistas".

 

Os cofres públicos de Atenas estão praticamente vazios e aproxima-se a data de mais um reembolso de um empréstimo ao FMI. A 12 de Maio Atenas tem previsto um pagamento de 770 milhões de euros ao FMI e antes, a 1 de Maio, tem um desembolso de menor dimensão (203 milhões de euros).

 

O Governo grego tem revelado grande dificuldade em apresentar um programa de reformas que possa ser considerado suficientemente concreto, credível e abrangente pelas entidades a quem pede mais financiamento – parceiros da Zona Euro e FMI.

 

Também Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), considera que a solução para a crise grega está nas mãos do Executivo de Alexis Tsipras. "Todos queremos que a Grécia tenha sucesso. A resposta está nas mãos do Governo grego", afirmou Mario Draghi em Washington, no sábdo, no âmbito dos Encontros da Primavera do Banco Mundial e do FMI.

 

O presidente do BCE também pediu mais informação ao governo grego, e exigiu que Atenas esteja atenta ao "impacto orçamental" das suas propostas. Draghi recusou especular sobre uma situação de incumprimento por parte da Grécia, que poderia levar a uma saída da Zona Euro, mas sublinhou que esta se dotou de instrumentos para o risco de contágio que "seriam utilizados em caso de escalada da crise". Draghi reconheceu ainda que a Zona Euro entraria em "território desconhecido" se a crise grega piorasse.

 

Os ministros europeus das Finanças reúnem-se nesta sexta-feira em Riga, mas há fracas expectativas de que possa ser, então, alcançado um acordo de princípio sobre as reformas gregas.

Ver comentários
Saber mais Alexis Tsipras Giorgos Kaminis Atenas presidente do Banco Central Europeu Encontros da Primavera do Banco Mundial Riga empréstimo forçado municípios
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio