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Merkel, fragilizada pelo resultado eleitoral, começa a negociar com o FDP e com e os Verdes

A chanceler alemã, Angela Merkel, vai ter hoje encontros com os dois partidos com os quais pode formar coligação, a chamada coligação Jamaica. Nas eleições de 24 de Setembro, a CDU de Merkel teve cerca de 33% dos votos.

Reuters
18 de Outubro de 2017 às 12:20
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Quase um mês depois das eleições legislativas na Alemanha, que Angela Merkel venceu, vai realizar-se hoje um encontro individual com os dois partidos – o FDP e os Verdes - com os quais pode formar uma coligação governativa. Na sexta-feira deve ter lugar um encontro conjunto para começarem as reuniões exploratórias entre os partidos. A confirmar-se um entendimento, vai ser formada a coligação Jamaica, assim definida dada cor dos partidos que a vão compor.

A CDU de Angela Merkel venceu as eleições gerais, mas ficou numa posição de alguma fragilidade. Merkel obteve cerca de 33% dos votos, o que representa o pior resultado desde 1949. Os Democratas Cristãos de Merkel, e a União Social-Cristã (CSU) podem coligar-se com os democratas do FDP e com o partido ecologista, os Verdes. Contudo, e como lembra a Reuters, as diferenças políticas entre estes partidos são grandes, o que acaba por estreitar o espaço para um compromisso.


Uma fonte do CSU da agência admite que os conservadores (CDU e CSU) podem ter de tentar negociar com os SPD de Martin Schulz, antigo parceiro de coligação, durante os próximos meses para formarem uma coligação. Esta hipótese de negociar com o SPD já tinha sido admitida por Merkel logo a seguir às eleições, apesar do partido ter antecipado que ia fazer oposição a Merkel no Parlamento.

A expectativa da chanceler germânica é que o próximo governo possa estar em funções até ao Natal. Contudo, alguns políticos seniores, consultados pela agência, são menos optimistas e acreditam que o novo Executivo só estará em funções no início do próximo ano.

Não é, contudo, totalmente descartável que Merkel tenha de formar um governo minoritário ou mesmo que tenham ser realizadas novas eleições gerais. Ainda assim, este último cenário deve ser algo que a chanceler germânica deverá querer evitar, fruto dos receios que a extrema-direita consiga uma obter uma posição mais forte no caso de haver novas eleições.

"É perfeitamente concebível que, antes do Natal, ou em Janeiro, digamos que tudo isto é inútil e falemos com os Sociais-democratas", disse Peter Ramsauer, membro do CSU que não pertence à equipa negocial para formação de uma coligação governativa, citado pela Reuters.

Antes mesmo do arranque destas negociações, Angela Merkel conseguiu alcançar um acordo sobre refugiados com parceiros da CSU. Segundo o acordo conhecido este domingo, 8 de Outubro, o partido da chanceler alemã comprometeu-se a estabelecer um saldo anual migratório máximo de 200 mil indivíduos para o número de refugiados que procuram o país por razões humanitárias.

"Queremos atingir um número total de pessoas acolhidas por razões humanitárias (refugiados e requerentes de asilo, com direito a protecção subsidiária, familiares, recolocação e reinstalação, subtraídos a deportações e partidas voluntárias de futuros refugiados) que não ultrapassem as 200,000 pessoas por ano," lê-se no acordo.

 

Entre 2015 e 2016 o número de chegadas de refugiados ao país caiu de 890 mil (pico das entradas, quando Merkel decidiu a abertura de fronteiras) para 280 mil, esperando-se que volte a reduzir-se este ano.

Os refugiados que pretendam asilo ficarão instalados em centros até que a decisão das autoridades seja conhecida e repatriados caso a decisão seja negativa. Os dois partidos concordaram ainda promover uma lei da imigração que dê prioridade a migrantes cujas competências se encaixem nas necessidades do mercado de trabalho.

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