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Grécia recebe 5,7 mil milhões mas quarta revisão ao memorando está atrasada

O MEE aprovou o desembolso de 5,7 mil milhões de euros que poderão chegar a Atenas já na quarta-feira. Contudo, a conclusão da quarta revisão ao cumprimento do memorando helénico, prevista para Maio, poderá não chegar antes de Julho. Bruxelas identifica atrasos.

Bloomberg
David Santiago dsantiago@negocios.pt 27 de Março de 2018 às 14:45

O cumprimento do programa de assistência financeira à Grécia terá superado muitas expectativas, mas há ainda um conjunto de acções prioritárias por implementar, o que pode atrasar a conclusão do memorando prevista para o próximo mês de Agosto e adiar o desembolso da última fatia do empréstimo internacional.

Esta terça-feira, 27 de Março, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) aprovou a quarta tranche prevista no memorando helénico no valor de 6,7 mil milhões de euros depois de a instituição liderada pelo alemão Klaus Regling ter validado a terceira avaliação ao cumprimento do programa de resgate grego.

Mas, tal como anteriormente estipulado, para já são apenas desbloqueados 5,7 mil milhões de euros, que poderão chegar a Atenas já esta quarta-feira.

A libertação dos restantes mil milhões, que a instituição responsável pela gestão dos resgates refere poder desbloquear depois de 1 de Maio, fica condicionada à capacidade de Atenas aplicar medidas para reduzir o stock de pagamentos em atraso e melhorar o sistema electrónico de licitação de propriedades estatais. Bruxelas considera que as autoridades gregas têm ainda de agilizar o programa de privatizações.

No final da reunião de Janeiro do Eurogrupo – a primeira com Mário Centeno enquanto presidente da entidade -, os ministros das Finanças do euro pediam "urgência" na aplicação dessas medidas que, segundo a Bloomberg, incluiriam a venda de 10 mil activos imobiliários, ainda neste ano, e posterior leilão de mais 40 mil propriedades, entre 2019 e 2021.

O jornal grego Kathimerini cita fonte comunitária que refere que o Eurogrupo já não planeia concluir a quarta revisão ao cumprimento do memorando em Junho mas apenas na reunião de Julho.

Em causa está o já referido atraso na prossecução de reformas consideradas essenciais, designadamente no que diz respeito às privatizações exigidas, como é o caso da concessão da auto-estrada Egnatia. No sector energético público continuam também sem avançar as privatizações pedidas.

Ora, a concretizar-se a não validação da quarta avaliação periódica, poderá ficar em causa o objectivo de fechar o programa de assistência em Agosto.

O Kathimerini adianta que, em Bruxelas, estão já a ser avaliados dois potenciais cenários: no primeiro não seria desbloqueada a última tranche prevista no memorando, necessária para conferir a Atenas uma almofada financeira que permita ao país aceder autonomamente aos mercados; um segundo cenário, mais benigno, passaria pela transposição das reformas por executar para as exigências pós-programa.

 

Até ao momento e já contabilizando os 5,7 mil milhões agora desbloqueados, a Grécia recebeu um total de 45,9 mil milhões de euros no âmbito do terceiro programa de assistência financeira negociado no Verão de 2015 e que pode ascender aos 86 mil milhões de euros. Em conjunto com o financiamento concedido nos dois outros memorandos concedidos através do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), a Grécia recebeu 187,77 mil milhões de euros nos três resgates de que beneficiou desde 2010.

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