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Perspectiva de alívio da dívida helénica anima bolsa grega e leva juros a cair

Com as bolsas europeias em queda e os juros em alta, o índice bolsista helénico FTASE e os juros da dívida pública grega seguem em contraciclo, o que se deve às notícias que dão conta que o Eurogrupo pondera adoptar novas medidas de alívio da dívida da Grécia.

Reuters
David Santiago dsantiago@negocios.pt 04 de Abril de 2018 às 12:52

As principais praças europeias e a bolsa grega seguem em direcções opostas, assim como os juros das dívidas públicas. O índice grego FTASE soma perto de 1% para 2.041,950 pontos numa sessão marcada por fortes quedas na Europa, com as bolsas europeias penalizadas pelo clima de guerra comercial.

O receio quanto às consequências da adopção de medidas e contramedidas proteccionistas entre os Estados Unidos e a China também está a penalizar a negociação, no mercado secundário, da dívida pública dos Estados-membros da Zona Euro, cujos juros seguem a subir.

A excepção são as taxas de juro associadas às obrigações soberanas gregas, que seguem em queda em todas as maturidades, estando a recuar 9,1 pontos base para 4,163% no prazo a 10 anos.

O anúncio por parte da China de um novo pacote de medidas de retaliação contra as tarifas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos às importações de bens chineses está a penalizar o sentimento nos mercados. Porém, a Grécia está a beneficiar do maior optimismo gerado pela perspectiva de os ministros das Finanças da moeda única se prepararem para discutir no final deste mês novas medidas de alívio da dívida helénica.


Este optimismo reflectiu-se esta manhã na emissão de dívida de curto prazo realizada pela República grega, que colocou um total de 1,138 mil milhões de euros em títulos com prazo a 26 semanas, com a procura a superar em 2,69 vezes a oferta.


O Negócios adiantou esta terça-feira que no Eurogrupo agendado para 27 de Abril vai ser avaliada a possibilidade de serem implementadas novas medidas de alívio do fardo da dívida pública helénica que, segundo estimativas do governo grego, deverá ascender a 180% do PIB em 2018.

Entre as medidas em discussão está a possibilidade de o pagamento da dívida ficar condicionado à evolução da economia helénica. O jornal alemão Handelsblatt escreve esta quarta-feira que o pagamento do serviço da dívida pode ser suspenso se a média de crescimento económico dos últimos cinco anos cair para menos de 2,8%.


Contudo, o Negócios sabe que nos trabalhos preparatórios sobre esta matéria há ainda pouca coisa definida, uma vez que entre as diversas possibilidades em análise está um cenário em que as autoridades gregas pudessem ser dispensadas do pagamento da dívida nos anos em que o PIB encolha. 
Seja como for, nenhuma decisão será adoptada antes do término do programa de assistência financeira à Grécia que está em vigor pelo menos até ao próximo mês de Agosto.


O governo grego acredita que conseguirá uma saída limpa do memorando, no entanto há ainda um conjunto de acções consideradas prioritárias pelas instituições da troika que não foram implementadas, o que poderá não só atrasar a quarta avaliação ao cumprimento do programa como adiar a conclusão do mesmo.


As medidas em atraso identificadas prendem-se com a necessidade de redução do
stock de pagamentos em atraso, a melhoria do sistema electrónico de licitação de propriedades estatais, e agilização do programa de privatizações. Já esta quarta-feira, a agência grega responsável pelo processo de privatizações garantiu, escreve a agência Reuters, que até Junho será possível determinar se o país consegue atingir a meta de 2 mil milhões de euros com a venda de activos do Estado.

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