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Fecho dos mercados: "Paz podre" entre Washington e Pequim derruba bolsas

A retaliação de Pequim perante a imposição, pelos EUA, de tarifas aduaneiras agravadas sobre produtos chineses no valor de 50 mil milhões de dólares, teve o mesmo peso, conta e medida. E as bolsas derraparam uma vez mais.

Reuters
Carla Pedro cpedro@negocios.pt 04 de Abril de 2018 às 17:19

Os mercados em números

PSI-20 desceu 0,19% para 5.373,22 pontos

Stoxx 600 cedeu 0,46% para 367,39 pontos

S&P 500 recua 0,34% para 2.505,56 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal desceu 1,3 pontos base para 1,624%

Euro sobe 0,21% para 1,2296 dólares

Petróleo soma 0,53% para 67,76 dólares por barril em Londres

 

Bolsas europeias caem com retaliação da China

As bolsas do Velho Continente encerraram em terreno negativo, num dia em que a aparente acalmia nas tensões entre Washington e Pequim se revelou uma "paz podre", já que a China acabou por retaliar contra o agravamento das tarifas alfandegárias impostas pela Administração Trump a produtos chineses e respondeu na mesma proporção (no equivalente a 50 mil milhões de dólares).

As praças asiáticas e europeias derraparam após a China anunciar tarifas de 25% sobre 106 produtos dos EUA em reacção às taxas aduaneiras agravadas anunciadas na véspera pelos norte-americanos. O Stoxx 600 recuou 0,69% para 366,51 pontos e a única praça em alta foi a de Atenas, a reagir bem à informação avançada ontem de que no Eurogrupo do final deste mês serão discutidas medidas de alívio do fardo da dívida helénica, como condicionar o respectivo pagamento à evolução do produto.


Por cá, o PSI-20 não fugiu à tendência dos principais congéneres europeus e fechou a perder 0,19% para 5.373,22 pontos, penalizada sobretudo pela Jerónimo Martins e, mais uma vez, pelos CTT.

 

Juros cedem na Europa

As taxas de juro desceram na generalidade dos países europeus, numa altura em que as atenções continuam a estar centradas na situação política em Itália e em Espanha e também na guerra comercial EUA-China. Por cá, as "yields" das obrigações 10 anos [que é o vencimento de referência] recuaram 1,3 pontos base para 1,624%.

Já a taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Espanha diminuiu 2,4 pontos base para 1,166%, ao passo que a taxa das bunds alemãs a 10 anos desceu 0,1 pontos base para 0,500%. A excepção vai para Itália, onde os juros de referência cederam 5,1 pontos base para 1,743%.

 

Euribor mantêm-se a 3 e 12 meses e caem a 6 e 9 meses

A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, voltou a fixar-se em -0,328%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,332%. Já a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, desceu para -0,271%, menos 0,001 pontos do que na terça-feira e contra o actual mínimo de sempre, de -0,279%, registado pela primeira vez a 31 de Janeiro.    

A nove meses, recuou para -0,221%, uma descida de 0,001 pontos face a ontem, contra o actual mínimo de sempre, de -0,224%, registado pela primeira vez a 27 de Outubro do ano passado. No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez a 5 de Fevereiro de 2015, fixou-se de novo em -0,190%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,194%, verificado pela primeira vez a 18 de Dezembro passado.

 

Dólar cede terreno

A nota verde está a desvalorizar face a um cabaz de moedas de referência, onde se inclui o iene, franco suíço e euro – com a moeda única europeia a avançar 0,21% para 1,2296 dólares.

A pressionar a moeda norte-americana está o intensificar das tensões comerciais entre os EUA e a China, depois de Pequim ter hoje retaliado contra a imposição de tarifas alfandegárias agravadas sobre os seus produtos por parte da Administração Trump.

 

Petróleo cai com aumento do crude armazenado nos EUA

As cotações do petróleo seguem a negociar no vermelho, depois de se saber que os stocks no maior complexo de armazenamento dos EUA, em Cushing (Oklahoma), registaram a maior subida em mais de um ano. Os stocks norte-americanos de crude diminuíram fortemente na semana passada, o que deveria estar a dar força ao ouro negro nos mercados, mas este dado sobre o crude armazenado está a ofuscar todas as outras notícias do sector.

No mercado nova-iorquino, o crude de referência West Texas Intermediate segue a perder 0,49% para 63,20 dólares por barril, e em Londres o Brent do Mar do Norte – que serve de referência às importações portuguesas – está a negociar nos 67,76 dólares com uma desvalorização de 0,53%.

 

Cobre perde e ouro ganha com tensões comerciais

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China está a ter efeitos díspares nas matérias-primas. Nos metais industriais, o cobre é o mais pressionado, a registar a queda mais acentuada em oito semanas no mercado londrino, devido aos receios de que esta disputa Washington-Pequim possa fazer descarrilar o crescimento económico global. Nos metais preciosos, a tendência é inversa, com destaque para o estatuto de valor-refúgio do ouro, que lhe está a valer uma subida nos mercados londrino e nova-iorquino.

Nas "commodities" agrícolas, a soja e o milho dos EUA estão a ser bastante castigados, já que se encontram entre os produtos visados pela China no agravamento das tarifas à importação de produtos norte-americanos.

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