A troika identificou 19 falhas ou medidas em falta face ao que havia sido prometido para Atenas para concluir a última etapa do programa de ajustamento negociado a troco do actual programa de assistência, que termina formalmente no fim deste ano.

Entre as falhas mais graves está um buraco de 2,6 mil milhões de euros na proposta de Orçamento do Estado face à promessa assumida pelo Executivo de fechar as contas de 2015 com um excedente orçamental primário (sem juros da dívida) equivalente a 3% do PIB. A confirmar-se este desvio, ele significa que Atenas terá uma margem menor para reembolsar os seus credores, o que significa um risco acrescido de o país enfrentar uma situação de incumprimento, sobretudo se os mercados voltarem a fechar-se.  

Segundo escreve o jornal Kathimerini, a lista do que está em falta foi enviada ao ministro das Finanças na última sexta-feira e Atenas conta levar as respostas à reunião do Eurogrupo de 8 de Dezembro. Por concluir está também a revisão da administração fiscal, uma nova grelha salarial para a função pública e os planos de reestruturação de empresas públicas na área da energia em face da liberalização do mercado do gás natural, enumera o jornal.

"Apesar dos desafios enfrentados pelo governo de coligação, o primeiro-ministro Antonis Samaras e vice-primeiro-ministro Evangelos Venizelos concordaram na segunda-feira que o governo deve manter-se focado na conclusão desta ronda de negociações com os credores e garantir um acordo no próximo ano para o ‘pós-memorando’" da troika, escreve o jornal grego. Atenas quer sair do programa da troika mas terá de negociar muito provavelmente uma linha financeira cautelar e um novo "memorando".