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Bruxelas quer que Portugal retome agenda reformista para dissipar riscos

O presidente do Eurogrupo acredita que Portugal está a receber "um sinal dos mercados" e que a actual "volatilidade sublinha a necessidade" de avançar novamente com a agenda reformista e o reforço do sector financeiro. Já Moscovici pede uma "estratégia orçamental prudente".

Reuters
26 de Janeiro de 2017 às 20:09
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Mesmo sem terem analisado em detalhe os riscos que nesta altura ameaçam Portugal, as instituições europeias mostraram algumas reservas em relação à conjuntura da economia portuguesa, concluindo pela necessidade de Lisboa retomar a prossecução de reformas estruturais.

Finda a reunião do Eurogrupo que decorreu esta quinta-feira, 26 de Janeiro, em Bruxelas, o líder desta instituição, o holandês Jeroen Dijsselbloem, referiu que "tomámos nota do facto de que existe alguma volatilidade" nos mercados em relação a Portugal, o que "sublinha a necessidade de acelerar a agenda de reformas e de reforçar os bancos".

 

Na perspectiva de Dijsselbloem, a subida dos juros da dívida pública portuguesa verificada nas últimas semanas, que no prazo a 10 anos ainda hoje superou os 4%, um máximo de Fevereiro do ano passado, "é um sinal dos mercados" que realça a importância de Lisboa enfrentar os problemas subjacentes.

 

Esses problemas são "a elevada dívida pública e as condições dos mercados", questões que, pese embora o "progresso atingido na frente orçamental", exigem ao Governo português o reiterar do compromisso com uma "agenda reformista". Mesmo sem o dizer directamente, ficou subentendido que o político holandês considera negativa a política de reversões levada a cabo pelo actual Executivo.

 

Dijsselbloem admitiu que "não discutimos em detalhe a confiança dos mercados em Portugal" notando, porém, que "estamos a analisar a situação". Nesta reunião do Eurogrupo, entre outros temas, foram apresentadas as conclusões das avaliações pós-programa feitas pela troika a Portugal e à Irlanda.

 

Mais optimista, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos, notou que o crescimento da economia portuguesa "é mais moderado" do que o apresentado pela Irlanda, contudo o francês frisou que, de forma geral, o enquadramento económico de Portugal "continua a melhorar", exemplificando com a melhoria imprevista da economia no terceiro trimestre do ano passado.

 

Mas é "importante continuar a prosseguir uma estratégia orçamental prudente", avisou Moscovici apontando a necessidade de "reduzir a dívida" e conferir robustez "à actual recuperação" da economia.

 

Também Klaus Regling,líder do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), se referiu a Portugal e à Irlanda, considerando que "não existem riscos" de que estes países não tenham condições de reembolsar o dinheiro recebido no âmbito dos respectivos resgates. Já especificamente sobre Portugal, Regling considerou que "temos de compreender que os mercados estão nervosos, acerca do nível da divida, do sector financeiro e da competitividade da economia".

 

No entanto, o presidente do MEE acredita que se estas questões "forem enfrentadas" pelo Governo português, "os mercados irão reagir" de forma positiva. Por fim, Regling mostrou-se "confortável" com as garantias dadas por Centeno no que concerne à resolução destes problemas.

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