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Juros sobem para máximos de 11 meses em dia de Eurogrupo
Os juros da dívida pública portuguesa continuam a agravar-se no mercado secundário. A dez anos, as “yields” já negociaram esta quinta-feira em máximos de Fevereiro do ano passado. A dívida de outros países está também a subir.
Os juros da dívida pública portuguesa continuam a manifestar uma tendência de agravamento no mercado secundário. Sendo que esta quinta-feira, 26 de Janeiro, as "yields" a dez anos já tocaram nos 4,180%, o que representa o valor mais elevado desde Fevereiro de 2016.
Por esta altura, os juros sobem 15 pontos base para 4,135%. Este comportamento tem lugar num dia de reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, onde os ministros das Finanças da região da moeda única poderão expressar as suas preocupações em relação a Portugal.
Depois de uma reunião preparatória deste encontro, realizada na quarta-feira, uma fonte da União Europeia confirmou à Bloomberg que "a situação não está boa".
Apesar de terem surgido algumas notícias que avançavam a possibilidade de a situação da banca nacional ir ser debatida no encontro de hoje, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, garantiu já que a actual situação do sistema financeiro português não estará em discussão.
"Não está na nossa agenda de hoje", disse aos jornalistas o dirigente europeu contrariando a expectativa de que esta fosse uma das questões com a qual o Governo português e o ministro das Finanças, Mário Centeno, seriam pressionados na reunião desta quinta-feira.
Na agenda do encontro deverá estar, contudo, o resgate à Grécia e a evolução da situação económica e financeira de Espanha e Irlanda.
A tendência de subida dos juros da dívida estende-se a outros países do euro. A dez anos, os juros exigidos pelos investidores para trocarem dívida espanhola entre si somam 3,7 pontos base para 1,576%. No caso da dívida italiana, as "yields" disparam 12,9 pontos base para 2,241%.
As taxas de juros da Alemanha a dez anos somam 2,4 pontos base para 0,489%.
O prémio de risco da dívida nacional está nos 359,3 pontos, o que corresponde ao valor mais elevado desde 11 de Janeiro.