Notícia
Juros da dívida disparam acima de 4% em dia de Eurogrupo
Os juros da dívida a dez anos estão próximos de máximos de quase um ano antes da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, onde os ministros deverão transmitir as suas preocupações em relação ao país.
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Os juros da dívida pública portuguesa estão a disparar esta quinta-feira, 26 de Janeiro, antes da reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, onde os ministros das Finanças da região da moeda única deverão expressar as suas preocupações em relação a Portugal.
A ‘yield’ associada às obrigações portuguesas a dez anos escala 9,2 pontos base para 4,077%, estando a subir pela terceira sessão consecutiva. Este valor está próximo do máximo de Fevereiro de 2016 atingido durante a sessão do dia 9 de Janeiro, de 4,109%.
Além dos juros, também o risco da dívida portuguesa – medido pelo spread face à dívida germânica – está mais alto, dado que a yield das "bunds" regista um agravamento menos acentuado (os juros das obrigações da Alemanha a dez anos avançam 2,4 pontos para 0,488%). O spread sobe esta quinta-feira 6,6 pontos para 353,5 pontos.
Este agravamento tem lugar no dia em que a avaliação da situação económica e financeira de Portugal volta a estar em cima da mesa do Eurogrupo, que deverá transmitir a Mário Centeno as suas preocupações em relação ao sistema bancário nacional e à subida dos juros nos últimos meses.
Depois de uma reunião preparatória deste encontro, realizada na quarta-feira, uma fonte da União Europeia confirmou à Bloomberg que "a situação não está boa".
Além da banca, e do agravamento dos custos da dívida, outro dos temas quentes do encontro será as opções do Executivo português, como o recente aumento do salário mínimo, que as instituições têm referido como podendo ameaçar a competitividade do país.
O resgate à Grécia e a evolução da situação económica e financeira de Espanha e Irlanda também estão na agenda da reunião dos ministros das Finanças do euro.
Nesta altura, a subida dos juros da dívida pública estende-se à generalidade dos países da região da moeda única, ainda que seja mais acentuada em Portugal. No país vizinho, a ‘yield’ das obrigações a dez anos avança 4,0 pontos para 1,579%, enquanto em Itália o agravamento é de 8,1 pontos para 2,192%.
No caso dos juros transalpinos, os juros sobem depois de o Tribunal Constitucional italiano ter determinado ontem que a lei eleitoral que enquadra a eleição dos elementos da Câmara dos Deputados (câmara baixa do Parlamento) "é susceptível de aplicação imediata", o que abre a porta a que o país realize eleições legislativas ainda este ano.