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A Irlanda vai para onde forem as multinacionais estrangeiras

Empresas estrangeiras foram decisivas para o crescimento do emprego em 2013 e representam 70% das exportações.

Nuno Aguiar naguiar@negocios.pt 20 de Janeiro de 2014 às 00:01

A capacidade irlandesa de atrair empresas para o país é um dos principais motivos para uma saída mais rápida da crise. Com um stock de Investimento Directo Estrangeiro superior a 140% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma procura interna ainda débil devido aos esforços de austeridade, a Irlanda vai para onde forem as suas multinacionais.

"Na Irlanda, olhar para o PIB pode ser enganador. Existe uma diferença de 23% entre o PIB e o Produto Nacional Bruto", aponta Dan O’Brien, economista-chefe do ‘think tank’ Instituto para Assuntos Internacionais e Europeus. Normalmente, os países não têm diferenças significativas entre os dois indicadores (em Portugal é menos de 4% ). O fosso irlandês significa que uma grande percentagem dos lucros das empresas estrangeiras não fica no País.

Actualmente, a Irlanda acolhe mais de mil multinacionais, atraídas por uma das taxas de IRC mais baixas da Europa (12,5%) e uma mão-de-obra jovem qualificada. As empresas estrangeiras empregam cerca de 160 mil irlandeses e representam cerca de 70% das exportações do País. Pagam sete mil milhões de euros em salários e 2,7 mil milhões em impostos.

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) está a acelerar. Os últimos dados, de 2012, apontam para 30 mil milhões de euros de novo IDE (18% do PIB), acima dos 17 mil milhões do ano anterior. No que diz respeito a empregos, 2013 trouxe sete mil novos empregos líquidos criados por empresas estrangeiras. O maior valor registado na última década.

Alguns economistas argumentam que a dependência de capital estrangeiro, somada ao enorme peso das exportações – 108% do PIB – torna a Irlanda demasiado exposta a choques no ambiente externo, prejudicial, num mundo em desaceleração.

Dublin confia que os benefícios da presença de multinacionais superam a incerteza. Não mexer na taxa de IRC foi sempre uma das inflexibilidades face à troika e aos parceiros europeus, apesar de acusações de concorrência desleal. "Não existem quaisquer perspectivas de mexer na taxa de IRC", disse ao Negócios um responsável irlandês das Finanças.

 

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