A União Europeia (UE) decidiu nesta quinta-feira, 4 de Agosto, impor durante cinco anos tarifas "anti-dumping", que podem chegar aos 36,1%, às importações de vários tipos de aço produzidos na China e na Rússia. Bruxelas tornou assim definitivas as taxas que, a título provisório, havia aplicado em Fevereiro na sequência de uma queixa apresentada em Maio de 2015 pela Eurofer, a associação europeia das indústrias siderúrgicas.

As autoridades europeias argumentando ter agora provas de que os produtores de ambos os países estão efectivamente a vender abaixo do preço de custo (prática conhecida por "dumping") em violação das regras da concorrência da Organização Mundial do Comércio e prejudicando empresas europeias como a ThyssenKrupp AG e a ArcelorMittal.

As taxas incidirão sobre diversos tipos de aço e ligas de aço que são designadamente utilizados no fabrico de máquinas de lavar e de aparelhos de ar condicionado, e que, nos cálculos da Comissão Europeia, estão a ser vendidos no mercado europeu por 4,5 mil milhões de euros abaixo do real custo de produção. As empresas directamente visadas incluem as russas Magnitogorsk Iron & Steel Works OJSC, Novolipetsk Steel OJSC e a Severstal PJSC e as chinesas Angang Steel Co. e o grupo Shougang.

Dependendo da empresa, as tarifas sobre as importações de aço da Rússia variam entre 18,7% e 36,1%, enquanto as provenientes da China serão agravadas entre 19,7% e 22,1%. As tarifas entram em vigor nesta sexta-feira, 5 de Agosto, e permanecerão em vigor durante cinco anos. "Também serão cobradas com efeitos retroactivos sobre as importações ocorridas durante os dois meses que precederam a adopção das medidas provisórias em 12 de Fevereiro", precisa a Comissão Europeia em comunicado divulgado nesta quinta-feira.