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Theresa May vai a Berlim e Paris ainda esta semana
A nova primeira-ministra britânica visita esta semana Berlim e Paris para iniciar conversações com vista à saída do Reino Unido da União Europeia. Esta segunda-feira May defenderá a renovação do programa de armamento nuclear do Reino Unido.
A recém nomeada primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, inicia já esta semana conversações ao mais alto nível no âmbito das negociações acerca da saída britânica da União Europeia (UE). A governante britânica viaja até Berlim na próxima quarta-feira para um jantar de trabalho com a chanceler germânica, Angela Merkel, para no dia seguinte ir a Paris para conversações com o presidente francês, François Hollande. Merkel e Hollande falaram, por telefone, com Theresa May, no dia em que foi nomeada primeira-ministra do Reino Unido. Ouviu Merkel e Hollande pedirem celeridade nas negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia e pediu tempo.
Esta será a primeira oportunidade para abordar ao nível mais alto o processo através do qual irá decorrer o Brexit. Sobre a conversa com Merkel, um comunicado, emitido pelo gabinete de Theresa May, nota que será ainda "uma oportunidade para discutir a relação bilateral, cooperação sobre um conjunto de desafios globais e, claro, a forma como o Reino Unido e a Alemanha poderão trabalhar conjuntamente numa altura em que o Reino Unido se prepara para abandonar a UE".
Quanto ao diálogo com Hollande, os assessores de May admitem que além das conversações sobre temas similares àqueles que estão na agenda em Berlim, deverá haver também oportunidade para tratar o ataque terrorista de Nice e tentar encontrar respostas para uma "cooperação contra-terrorismo". Sobre este tema, o também novo ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, disse esta segunda-feira, 18 de Julho, em Bruxelas que Londres não abandonará os seus aliados europeus, garantindo que a UE precisa de uma "resposta coordenada" ao terrorismo.
Antes ainda do pequeno périplo, Theresa May fará a primeira intervenção enquanto sucessora de David Cameron no Parlamento britânico. May dirigir-se-á à câmara dos comuns para defender a necessidade de reforço ao nível securitário de um Reino Unido que deixará de fazer parte do bloco europeu.
Em concreto os deputados serão chamados a votar sobre a renovação do sistema de armas nucleares do país (designadamente os mísseis nucleares Trident que equipam, por exemplo, os submarinos Vanguard). A BBC revela que May defenderá que seria uma "irresponsabilidade grosseira" Londres abandonar o seu armamento nuclear.
Num extracto do discurso que Theresa May fará esta tarde, citado pela agência Bloomberg, a primeira-ministra dirá que "não podemos comprometer a nossa segurança nacional, não podemos externalizar a enorme responsabilidade que temos em ombros de manter a população segura".
Com a sua liderança fragilizada e com os trabalhistas muito divididos sobre a orientação de voto nesta matéria, Jeremy Corbyn, secretário-geral do Partido Trabalhista, deu liberdade de voto ao seu grupo parlamentar.