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Merkel compreende que May não invoque rapidamente artigo 50

Na primeira viagem ao estrangeiro enquanto primeira-ministra britânica, Theresa May disse não haver pressas para invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa. Para a chanceler alemã é "compreensível" a posição de Londres, mas Merkel pede clareza sobre os objectivos do Reino Unido.

Reuters
20 de Julho de 2016 às 19:10
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O novo governo do Reino Unido não quer iniciar de imediato conversações oficiais com vista à saída da União Europeia (UE), uma posição que Berlim considera "compreensível", embora avise que é preciso evitar cair numa espécie de indefinição negocial. Foram estas as principais ideias deixadas esta quarta-feira, 20 de Julho, na conferência de imprensa conjunta realizada à chegada a Berlim da primeira-ministra britânica, Theresa May, para o encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel.

 

Na primeira visita oficial como chefe de governo, May sustentou que assegurar uma "saída ordenada" do bloco europeu exige tempo, algo que Merkel disse compreender tendo em conta o pouco tempo decorrido desde o referendo britânico e desde a formação de um novo governo em Londres. Até porque a chanceler pensa "ser no melhor interesse de todos que a Grã-Bretanha tenha uma posição negocial muito bem definida", sendo "compreensível que precise de algum tempo".

 

Merkel avisou contudo que "ninguém quer um longo período de limbo, nem a população britânica nem os Estados-membros da UE", ainda que lembrasse que as negociações formais para o Brexit só poderão ser iniciadas depois de Londres invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que prevê a saída de um Estado da União.

 

Antes ainda do jantar de trabalho que se seguiu à conferência de imprensa, as duas governantes fizeram questão de frisar a importância de manter laços económicos robustos entre os dois países, com Theresa May a falar na manutenção de uma relação bilateral "o mais próxima possível". Segundos antes, Angela Merkel já tinha dito que o Reino Unido e a Alemanha partilham valores, são ambos membros da NATO, do G20 e do G7, razões que levarão Berlim a tentar salvaguardar os interesses britânicos e vice-versa.

May quis também ressalvar que o Reino Unido está a abandonar a UE, mas tal não significa que esteja a abandonar os seus aliados europeus. Durante a manhã desta quarta-feira, a nova líder dos conservadores já tinha assegurado no Parlamento que procuraria alcançar o "melhor acordo" comercial possível com a UE. 

Esta quinta-feira Theresa May viaja até Paris para se encontrar com o presidente francês. Contudo a líder britânica não deverá contar com o mesmo nível de compreensão da parte de François Hollande, que já defendeu que a saída de Londres da UE deve verificar-se o mais rápido possível. 

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