O Reino Unido levará o tempo que for necessário a concretizar o Brexit. A declaração proferida por Theresa May no Parlamento volta a deixar dúvidas sobre os passos que o Governo britânico, que lidera, tomará para accionar o artigo 50.º do Tratado de Lisboa.

"Eu sei que muitas pessoas estão ansiosas para ver progressos rápidos e perceber como será o pós-Brexit. Estamos a fazer trabalho vital, mas também temos de pensar sobre os temas de forma sóbria e ponderada".

E reafirmou que o modelo do Reino Unido de parceria com a União Europeia será único, não será o modo norueguês ou o modelo suíço ou outro qualquer país. "Trata-se de desenvolver o nosso modelo britânico", pelo que "não tomaremos decisões até que estejamos preparados, não vamos mostrar a nossa cartada de forma prematura e não vamos comentar de forma precipitada qualquer passo da negociação".

Reafirmou a intenção de tornar o Reino Unido um líder global no comércio livre, tal como já tinha afirmado a caminho do G20 e no final desta reunião que decorreu na China no início desta semana. Com a saída da União Europeia, o Reino Unido terá de fazer os seus próprios acordos comerciais, tendo Theresa May garantido aos deputados que, nos encontros que tem tido, tem recebido dos parceiros internacionais a garantia que também eles querem um bom acordo, reconhecendo a "atractividade" de fazerem negócios com o Reino Unido. Índia, México, Coreia do Sul e Singapura, acrescentou a primeira-ministra britânica, disseram-lhe que aceitariam de bom grado negociações para remover barreiras comerciais entre os países.

E, avançou, o ministro do comércio australiano já esteve mesmo no Reino Unido para conversas exploratórias sobre um novo acordo RU-Austrália. Também a China terá dito que receberia de bom grado discussões para um acordo bilateral com o Reino Unido.

Theresa May vai, por outro lado, encontrar-se esta quinta-feira, 8 de Setembro, em Londres com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, conversa que será em torno do Brexit, informou o porta-voz do Governo britânico, citado pela Reuters.