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Presidente do Banco de Inglaterra "sereno" com alertas sobre Brexit
Mark Carney foi atacado por, antes do referendo, ter exagerado sobre as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia. No Parlamento, o governador defendeu-se.
"À luz de todos os eventos que decorreram desde o referendo, a partir da noite de 23 de Junho, estou absolutamente sereno". Foi desta forma que o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney (na foto), se defendeu das críticas de que tem sido alvo sobre os alertas que efectuou antes do referendo que decidiu a saída do Reino Unido da União Europeia.
Presente no Parlamento britânico esta quarta-feira, 7 de Setembro, Carney foi confrontado com a teoria de que terá exagerado sobre as consequências do Brexit, para influenciar os resultados do referendo.
"Tendo em conta os dados divulgados, a forma como a economia respondeu, as consequências directas no investimento das empresas e no imobiliário comercial (…), estou confortável com a orientação e julgamento do Banco de Inglaterra – de forma colectiva e individual – de que o referendo representava um risco para a política monetária", acrescentou, citado pela Bloomberg.
Os dados mais recentes apontam para que a economia britânica está a reagir de forma resiliente à decisão adoptada no referendo, embora os dados do PIB do terceiro trimestre só sejam conhecidos em Outubro.
De acordo com as estimativas divulgadas esta quarta-feira pelo "think thank" National Institute of Economic and Social Research, o crescimento da economia britânica terá abrandado para 0,3% nos três meses terminados em Agosto. No segundo trimestre o PIB da segunda maior economia europeia tinha crescido 0,6%.
Carney defendeu ainda que as medidas adoptadas pelo banco central depois do referendo contribuíram para reduzir o impacto da decisão dos britânicos. O governador sugeriu que a economia está actualmente a crescer a metade do ritmo registado antes de 23 de Junho.