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Theresa May estará disposta a pagar factura de 45 mil milhões de euros pelo Brexit

A primeira-ministra britânica terá conseguido alcançar um consenso entre os membros do seu governo e estará agora disponível para pagar uma factura superior aos 20 mil milhões de euros, propostos anteriormente, pelo Brexit.

21 de Novembro de 2017 às 08:02
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Há muito que a questão da factura financeira que Londres vai ter de pagar pela saída do país da União Europeia (UE) é um entrave para que as negociações possam avançar nomeadamente para um tema que o Reino Unido quer abordar: a relação comercial futura. E essa discussão pode estar mais perto.

Theresa May, primeira-ministra britânica, terá conseguido alcançar um entendimento entre os membros do seu governo no sentido de passar um cheque mais elevado pelo Brexit e tentar assim ultrapassar o impasse que tem existido devido à questão da factura financeira, avança a cadeia de televisão britânica ITV, citada pela Bloomberg. O governo britânico está agora disponível para desembolsar 40 mil milhões de libras, mais de 45 mil milhões de euros, ou seja, o dobro daquilo que anteriormente as autoridades britânicas aceitavam pagar. Ainda assim, este valor ficar aquém dos 100 mil milhões de euros que a Alemanha e a França no passado adiantaram como o valor que o Reino Unido tinha de pagar pelo Brexit.

"O Reino Unido e a UE devem dar o passo em frente", revela um comunicado emitido pelo gabinete de May, citado pela agência de informação, e que deixa indícios de que qualquer oferta que Londres faça, em torno da factura financeira, deve fazer com que o lado europeu se comprometa a começar as negociações sobre a relação comercial entre o Reino Unido e a União Europeia após 29 de Março de 2019, data em que os britânicos deixam o bloco económico europeu.

Já ontem, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit afirmou que Bruxelas está pronta a oferecer a Londres "o mais ambicioso" acordo comercial após a saída da comunidade, desde que o Reino Unido respeite as condições do divórcio. "Se conseguirmos negociar uma saída ordenada e estabelecer regras de jogo que sejam justas, a nossa relação futura terá todas as razões para ser ambiciosa", afirmou Michel Barnier num discurso em Bruxelas.

Além desta alteração de postura em relação à factura financeira, de acordo com a ITV, o governo de May aceitou que o Tribunal Europeu de Justiça tenha um papel na garantia dos direitos dos cidadãos da União Europeia após o Brexit.

Bancos começam a deixar Londres em 2018

Vários bancos internacionais, que têm a sua sede europeia em Londres, já revelaram que têm planos para deslocalizar as suas estruturas para outros países da União Europeia. E, de acordo com a Bloomberg que cita fontes que preferiram manter o anonimato, várias dessas instituições financeiras pretendem começar o processo de deslocalização já no início do próximo ano. O objectivo é garantir que, quando o Reino Unido sair da União, estes bancos tenham já os seus novos escritórios a operar dentro da UE.

Ao que indicam fontes da agência, uma vez que o impasse nas negociações já se prolonga há vários meses, instituições como o Goldman Sachs, Morgan Stanley, UBS e Royal Bank of Scotland  vão começar a deslocalizar funcionários, infra-estruturas e capital para países da UE já no primeiro trimestre de 2018.

"Se não houver uma direcção precisa no início do próximo ano, diria que os ‘players’ do sector bancário terão de tomar decisões, decisões iniciais no pior cenário", disse Severin Cabannes, do Société Générale, no início deste mês.

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