Quando, às 23 horas de 29 de Março de 2019, o Reino Unido deixar a União Europeia, a saída será silenciosa. As badaladas do Big Ben não se vão fazer sentir, porque o mítico relógio estará a ser arranjado.

Os contornos do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que prevê a saída de um Estado-Membro da União Europeia, já apontavam para 29 de Março de 2019 – devido ao período de dois anos de negociação - mas a primeira-ministra britânica, Theresa May, vem agora colocar "preto no branco", expressão da própria, a data e hora dessa separação.

A proposta de lei segue para o Parlamento, onde vai ser discutida pelos deputados dos diferentes partidos, que podem acrescentar o seu contributo. May já avisou que não vai "tolerar" tentativas de obstrução ao processo.

"Que ninguém duvide da nossa determinação ou questione a nossa decisão, o Brexit está a acontecer", afirmou num artigo publicado no The Telegraph. No referendo realizado em 2016, 51,9% dos britânicos exprimiram a sua vontade em sair da União Europeia.

A pressão para um avanço nas negociações tem sido constante junto a May. Ainda esta semana, vários empresários – que têm encontro marcado com a governante na próxima segunda-feira – de França, Alemanha e Itália pediram maior celeridade. Porque a demora, dizem, fá-los pensar no pior caso possível. O mesmo é dizer: sair.